ten-coronel Manuel Bernardo Gondola
O livro verde é um diário do Coronel líbio Muammar al-Gadadafi [Khadafi]. Khadafi “comandou” a Líbia entre os anos de 19[69] até 20[11], o livro verde foi escrito em 19[75] e apresenta as “perspectivas” futuras que Khadafi possuía para a Líbia bem como para o mundo todo, tudo gira em torno da chamada «Terceira Teoria Universal» ao qual irei sucintamente descrever para você [s] no final do texto.
O Coronel Muammar al-Gaddafi ou melhor a figura de Muammar Khadafi reside como sendo altamente “contraditória e megalómana”, em 20[11] após a sua morte com tiro da cabeça o país foi “totalmente tomado” por incontáveis confrontos internos. Basicamente o povo líbio possui vários dos seus filhos “lutando” para ver quem irá comandar o país, onde a 'população local' é a maior vítima de um jogo típico de pessoas que se acham no direito de “impor” as suas vontades perante os demais.
Infelizmente, a estrutura coercitiva e violenta “estabelecida” por Khadafi permanece enraizada na Líbia. Khadafi tinha “plano” para criar uma moeda africana unificada similar ao Euro e que em teoria iria “combater” o dólar dos Estados Unidos [EU] e… isso acabou por 'despertar' um grande incómodo nos EU, antes em 19[86] na madrugada do dia [16] de Abril, [2] horas, Khadafi 'viu' seu Complexo Militar sendo bombardeado e destruído pelos EU.
Mas, porquê o Livro Verde? A resposta é simples; apenas + um livro de um “extravagante e megalómano” merece ser discutido e comentado. O livro possui diversas passagens 'altamente libertárias', destarte como Mao e outros revolucionários [Guevara, Castro] culpavam o Capitalismo por todos os males do mundo, Khadafi “acreditava” quê o que de facto deve ser em sua essência “combatido” é a democracia como nós a conhecemos.
Obviamente, que todas as “críticas” feitas a democracia por parte do Coronel Khadafi “visavam” colocá-lo no posto de 'salvador' da Líbia, no final das contas, ele não foi tão santo mas…isso 'não muda' o facto de que muitos tópicos presentes no livro verde são sim verídicos.
Para Khadafi, um sistema em que um vencedor se legitima com 51% dos votos é uma “ditadura” para os outros 49% que não concordam com a visão de mundo do vencedor; tal sistema passa a ser uma “imposição tirana”, até porquê, se houver + de dois candidatos na primeira volta, a soma dos votos de todos os derrotados provavelmente será maior do que a do vencedor o que configura uma “ditadura” sob aparências democráticas.
De acordo com Khadafi, as Assembleias parlamentares são totalmente “antidemocráticas”, a democracia é o poder do povo e não o poder dos substitutos. Para Khadafi, o simples acto de haver uma Assembleia já 'denota' o monopólio do poder desses indivíduos, visto que, ao repartir os eleitores em círculos eleitorais, um deputado passa a representar milhares de pessoas, mas isso em momento algum implica em afirmar que ele tem a “capacidade” de “agir” de acordo com as demandas de todos os seus eleitores.
O interesse colectivo não existe, pois somente o indivíduo sabe do que ele precisa, essas Assembleias parlamentares “servem apenas” para usurpar o poder do povo, pois passam a ser a Assembleia dos Partidos e não dos eleitores, os titulares representam apenas os seus Partidos e os seus financiadores.
Para Khadafi, as “Coligações partidárias” são firmadas apenas para aprovar leis que “beneficiam a elite” que comanda o povo, tudo para eles nada para quem os elegeu. A essência do Estado é 'acção' para se manter no comando até porquê o próprio conceito de “lei jus positivista” já denota quê tudo ocorre de acordo com o humor e os interesses daqueles que as criam.
Para Khadafi, os Partidos “servem” apenas como máquinas ditatoriais contemporâneas de governar 'reflectindo' falsas democracias “forjadas” em Assembleias onde o povo não tem voz, eles também “não são” democráticos com os seus próprios membros, já que, todos devem “compactuar” com a visão de mundo dos seus líderes quê almejam apenas “impor” as suas opiniões e ideologias para a sociedade.
Na íntegra Khadafi afirma: “o objectivo de um partido é o de alcançar o poder em nome da execução do seu próprio programa. Não é democraticamente admissível que um partido governe um povo inteiro, porque este é constituído por interesses, opiniões, temperamentos, ideologias ou origens diferentes”.
Os Partidos afirmam que a subida deles, e apenas deles ao poder “representará” a consolidação das vontades do povo é justamente essa a “base” de toda ditadura independentemente de quantos Partidos existam naquele país. Já os “derrotados” nas 'eleições ditas democráticas' tentam a todo custo sabotar as realizações e desacreditar os projectos em curso mesmo aqueles que nitidamente acabaram sendo proveitosos para a sociedade.
Até mesmo a “arbitrariedade” dos referendos é comentada por Khadafi. Os que dizem sim ou não estão acorrentados a uma simplificação genérica do mundo, porque nenhum dos dois lados possui o direito de explicar as razões que os levaram a escolher tal lado. E se a resposta for um meio-termo? E quando o referendo vai contra os interesses do Estado ele ainda assim é respeitado?
Lentamente, no livro Libério em potencial Khadafi acabou rumando para a catástrofe da sua chamada «Terceira Teoria Universal». Resumidamente, ela “propõe” a criação de uma “quimera” que mistura Capitalismo, Socialismo, Democracia, Ditadura, Religião e até mesmo Libertarianismo. Qual foi o resultado real na Líbia?
Termino com uma frase que resume bem a vida do Coronel Muammar Khadafi: “de boas intenções, o inferno já está cheio”.
Manuel Bernardo Gondola
Maputo,[16] de Janeiro 20[25]