ten-coronel Manuel Bernardo Gondola
As palavras são muito importantes, elas tem um “peso enorme”, por exemplo, quando a crise “eclodiu” em 20[08] / 20[09] os sistemas financeiros dos Estados Unidos [EU] e da Europa; os Norte-americanos e europeus imediatamente passaram a falar daquela crise; “crise global” que na época “atingiu” sobretudo os países envolvidos nos dois lados do Atlântico Norte, e…eu me lembro, meu Professor de Logística e Finanças o Brito Afonso sempre insistia dizendo: “não! Essa crise não é global é a crise do Atlântico Norte.”
Mas… porquê que eles insistiam chamar “crise global?” Porque queriam 'solidarizar' na solução duma crise que era eminentemente dos EU e europeus. Agora há pouco em 20[20] nós tivemos uma crise que foi + global do que aquela que ocorreu em 20[08]/20[09] a pandemia do corona vírus que teve 'um alcance maior' do que teve aquela crise, por isso é muito importante “tomar cuidado” com as palavras.
Outra palavra problemática é… essa “comunidade internacional” que eu escolhi como título da minha Carta. “Comunidade internacional” na melhor das hipóteses é uma “aspiração”, uma “aspiração” quê todos nós poderemos ter, de termos uma sociedade “solidária” na pior das hipóteses é um “mito” que nos 'iludi', porque essa comunidade internacional nunca deixou de ser “aspiração” e… nunca foi praticada na realidade.
De facto, o que nós temos no mundo é muito + a existência de nações: nações +– independentes, nações +– fortes, nações +– soberanos que actuam em “cooperação” em conflito e…o moçambicano “precisa prestar” muita atenção nisso, porque nós temos uma ‘tendência de subvalorizar Moçambique' e portanto uma “facilidade” a cair nas “armadilhas” da retórica, tipo retórica “comunidade internacional”.
Manuel Bernardo Gondola
Maputo,[21] de Janeiro, 20[25]