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Por Moçambique e para Moçambique! Um obrigado a todos! Fernando Gil - NOTA: Para aceder a todos os artigos click em "archives". Também pode aceder por temas. Não perca tempo e click na coluna da direita em "Subscribe to this blog's feed" para receber notificação imediata de uma nova entrada, ou subscreva a newsletter diária. O blog onde encontra todo o arquivo desde Abril de 2004. Os artigos de OPINIÃO são da responsabilidade dos respectivos autores.
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Veja aqui o Relatório da Kroll
Posted on 12/12/2024 at 21:35 in 25 de Abril de 1974, Angola - Cabinda, Cabo Verde, Guiné - Bissau, Portugal, S.Tomé e Principe | Permalink | Comments (0)
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Posted on 29/11/2024 at 13:53 in 25 de Abril de 1974, História, Letras e artes - Cultura e Ciência | Permalink | Comments (0)
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Um artigo publicado pelo Observador, indica que o novo rebento da literatura, procura “corrigir” a história contada pelos movimentos de libertação. E uma das questões com que se indaga o livro é sobre quem terá dado o primeiro tiro que desatou as guerras coloniais.
O historiador Pedro Aires Oliveira, um dos coordenadores do livro Crepúsculo do Império — Portugal e as guerras de descolonização disse ao jornal que “Os partidos dominantes na Guiné, em Angola, em Moçambique quiseram fazer passar a ideia de que eles tinham tido um bocadinho o monopólio da luta armada, que tinham sido eles os que deram os primeiros tiros na luta de independência nacional e as coisas não são exactamente assim… são um bocadinho mais complicadas”.
Para o caso de Moçambique, reza a história que “o primeiro tiro” desencadeador da luta de libertação do jugo colonial português foi disparado por Alberto Joaquim Chipande, na noite de 24 para 25 de Setembro de 1964, em Chai, província de Cabo Delgado.
A obra foi lançada em Lisboa, na quinta-feira, e conta com o texto de 37 autores de várias instituições universitárias portuguesas e estrangeiras e ainda de especialistas reconhecidos na área da história, da estratégia, das ciências militares, da sociedade e da economia.
MZNews - 24.11.204
Posted on 24/11/2024 at 19:42 in 25 de Abril de 1974, História, Letras e artes - Cultura e Ciência | Permalink | Comments (0)
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"Não nos podemos substituir aos historiadores dos países" que alcançaram a independência, diz coordenador da publicação. Ainda assim, o objetivo é dar a ver a história de um outro lado da guerra.
O historiador Pedro Aires Oliveira, um dos coordenadores do livro “Crepúsculo do Império — Portugal e as guerras de descolonização”, disse esta sexta-feira à Lusa que, entre outras questões, a obra procura “corrigir” a história contada pelos movimentos de libertação.
“Os partidos dominantes na Guiné, em Angola, em Moçambique quiseram fazer passar a ideia de que eles tinham tido um bocadinho o monopólio da luta armada, que tinham sido eles os que deram os primeiros tiros na luta de independência nacional e as coisas não são exatamente assim”, afirmou.
“As coisas são um bocadinho mais complicadas. Nós procuramos corrigir um bocadinho no livro esta história feita a partir do ponto de vista dos vencedores”, acrescentou.
Coordenada por Pedro Aires Oliveira e pelo major-general João Vieira Borges, a obra, editada pela Bertrand e lançada quinta-feira ao fim da tarde em Lisboa, conta com textos de 37 autores de várias instituições universitárias portuguesas e estrangeiras e ainda de especialistas reconhecidos na área da história, da estratégia, das ciências militares, da sociedade e da economia.
João Vieira Borges disse à Lusa que, 50 anos depois do 25 de Abril, “há feridas” e que o livro “visa sarar algumas das feridas, mas não consegue sarar tudo porque são profundas”.
“Foram demasiado profundas para aqueles que perderam a vida, são profundas para aqueles que viveram a guerra e a descolonização. Este livro não quis de maneira alguma recriar uma história institucional”, defendeu.
Para João Vieira Borges, presidente da Comissão Portuguesa de História Militar, “era importante ir ao encontro das últimas investigações (…), a vários níveis, trazer uma obra diferente”.
“Talvez contribua para sarar alguma destas feridas. Não vai sarar certamente todas, mas é o nosso contributo. É o nosso contributo pela diversidade de autores, pela diversidade de temas, pela diversidade de opiniões, algumas associadas a ideologias”, declarou.
Trata-se de uma publicação científica, porque, explicou, “não são artigos de opinião”.
Posted on 23/11/2024 at 13:31 in 25 de Abril de 1974, Letras e artes - Cultura e Ciência | Permalink | Comments (0)
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_ Angola em 1974 era o segundo maior produtor mundial de açúcar.
– Angola em 1974 era o terceiro maior produtor mundial de café;
– Angola em 1974 era o quarto maior produtor mundial de algodão;
– Angola em 1974 era o primeiro exportador africano de carne bovina;
– Angola em 1974 era o segundo exportador africano de sisal;
– Angola em 1974 era o segundo maior exportador mundial de farinha de peixe;
– Angola em 1974, por via do Grémio do Milho tinha a melhor rede de silos de África;
– Angola em 1974 tinha o CFB – Caminho de Ferro de Benguela, do Lobito ao Dilolo-RDC, o CFM – Caminho de Ferro de Moçâmedes, do Namibe até Menongue, o CFA – Caminho de Ferro de Angola, de Luanda até Malange e o CFA – Caminho de Ferro do Amboim, de Porto Amboim até à Gabela;
– Angola em 1974 tinha no Lobito estaleiros de construção naval da SOREFAME;
– Angola em 1974 tinha pelo menos três fábricas de salchicharia;
– Angola em 1974 tinha pelo menos quatro empresas produtoras de cerveja, de proprietários diferentes;
– Angola em 1974 tinha pelo menos quatro fábricas diferentes de tintas;
– Angola em 1974 tinha pelo menos duas fábricas independentes de fabricação ou montagem de motorizadas e bicicletas;
– Angola em 1974 tinha pelo menos seis fábricas independentes de refrigerantes, nomeadamente da Coca-Cola, Pepsi-Cola e Canada-Dry, bebidas alcoólicas à base de ananás ou de laranja. E havia ainda a SBEL, Sociedades de Bebidas Espirituosas do Lobito;
– Angola em 1974 tinha a fábrica de pneus da Mabor;
– Angola em 1974 tinha três fábricas de açúcar, a da Tentativa, a da Catumbela e a do Dombe Grande.
– Angola em 1974 era o maior exportador mundial de banana, graças ao Vale do Cavaco.
– Angola tinha uma linha de montagem da Hitachi, dos óleos alimentares da Algodoeira Agrícola de Angola, tinha a indústria pesqueira da Baía Farta e de Moçâmedes, e a EPAL, fábrica de conservas de sardinha e de atum."
E Moçambique não ficava atrás...
Posted on 13/05/2024 at 16:20 in 25 de Abril de 1974, Angola - Cabinda | Permalink | Comments (0)
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O escritor Adelino Timóteo vai lançar, quinta-feira, às 17:00 horas, na Universidade Pedagógica-sede, em Maputo, o livro “Jorge Jardim: o ano do adeus ao Ultramar”.
Com apresentação de Hélder Nhamaze, trata-se do seu vigésimo quinto livro. Trata-se uma obra que pretende ser um farol, com material inédito, buscando iluminar os acontecimentos do pós-25 de Abril de 1974, assim como o episódio trágico de 7 de Setembro, em Lourenço Marques, do mesmo ano.
Focando-se no Engº Jorge Jardim, o livro oferece um ângulo inédito e distinto de contar também sobre os derradeiros momentos da luta armada de libertação e os demais acontecimentos que lhe sucederam, vinculando-o a uma tentativa humana e de redenção de se acercar à FRELIMO, através do «Programa de Lusaka», com que buscava evitar a debandada de 250 mil brancos de Moçambique.
Debaixo da lenda desta personalidade e com informação devidamente contextualizada, o autor esmiuça os factos, que marcaram o fim do Ultramar português e a emergência de um novo conflito, debaixo da consigna da guerra fria.
Afamado como uma das mais ímpares e insignes personalidades da África Austral, purgado pela Junta de Salvação Nacional, dos capitães de Abril, Jorge Jardim, tratado como um monstro, esgrime os seus argumentos, mas não consegue impor o seu plano em cima da mesa, no tratado de Lusaka. Daí resvala-se para um plano secundário e assiste desencantado o processo dramático e trágico da descolonização desde a periferia.
“Cinquenta anos depois, olhando para o pensamento de Jorge Jardim, é possível depreender que, mais do que votar-lhe ao ostracismo e ao tabu, Jorge Jardim foi um nacionalista, que pretendeu contribuir com o seu pensar particular, que mantivesse a dignidade da maioria nativa e dos derrotados, numa harmonia comum, sem se ferirem uns aos outros”, lê-se ainda na nota de imprensa: “Ao desenterrar o perfil deste homem complexo, raro, pretensamente anti-racista, com as suas contradições e partes encantadoras, como todos os seres humanos comuns, o autor oferece a oportunidade de se esgravatar sobre a documentação e testemunhos interessantes de uma figura enigmática, esclarecendo sobre os momentos que mediaram a morte de Eduardo Mondlane, com isto demonstrando que a história é um processo dinâmico, em permanente construção”.
“Jorge Jardim: o ano do adeus ao Ultramar” é um eixo em que gravitam as sombras de muitos factos ocorridos há sensivelmente 50 anos. “A relevância de documentar com intensidade esse período de ouro da história contemporânea é um serviço à Nação”, cita-se a sinopse da obra.
“Jorge Jardim: o ano do adeus ao Ultramar” também será lançado no dia 18 de Abril corrente, às 17:30, no Centro Cultural Português, na Beira, ainda no dia 20 deste mês, em Quelimane.
O PAÍS – 08.04.2024
Posted on 08/04/2024 at 15:55 in 25 de Abril de 1974, História, Letras e artes - Cultura e Ciência | Permalink | Comments (0)
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Uma transição gradual de 25 anos no período pós-independência teria criado condições para a estabilidade política/económica em Angola. Este período teria proporcionado aos políticos angolanos tempo para adquirir experiência prática na administração do país. A participação activa dos portugueses na transferência de responsabilidades e conhecimentos aos antigos movimentos de libertação teria sido a solução ideal.
Por Malundo Kudiqueba
O MPLA, era um movimento de guerrilha, assumiu o controlo de Angola sem a devida experiência administrativa e política. Isso resultou em desafios significativos na gestão do país que incluiu a destruição de todas infra-estruturas deixadas pelos portugueses. A colaboração contínua com os portugueses, que poderiam compartilhar conhecimentos institucionais e técnicos, teria permitido uma transição mais suave e eficiente.
A falta de experiência política e governativa contribuiu para instabilidades que perduram até hoje. O MPLA nasceu como um movimento de guerrilha e quando chegaram ao poder não sabiam nada. O pior é que passados 48 anos não sabem o que andam a fazer e não querem aprender. A única coisa que sabiam na altura da independência era dar tiros e matar pessoas, e por incrível que pareça, e é isso continuam a fazer até hoje. Entregar o país de bandeja na mão de pessoas que só sabiam dar tiros foi uma irresponsabilidade sem tamanho.
A construção gradual de instituições políticas e governativas teria sido crucial para estabelecer uma base sólida para a estabilidade a longo prazo. A falta de estruturas consolidadas contribuiu para instabilidades persistentes após a independência, que poderiam ter sido mitigadas com uma abordagem mais gradual.
A parceria entre angolanos e portugueses poderia se concentrar na educação e no desenvolvimento institucional. Investir em programas de capacitação, promover a transparência e fortalecer as instituições governamentais seriam passos cruciais que ajudariam a melhorar a eficácia da administração pública em Angola. Portugal, com a sua experiência governativa e democrática no desenvolvimento económico e poderia oferecer conhecimentos e orientações que contribuiriam para a capacitação efectiva das instituições angolanas.
Apesar do longo período de governo do MPLA, os desafios económicos, sociais e políticos persistem em Angola. A falta de diversificação económica, a corrupção sistémica e a pobreza generalizada são indícios de que há muito para aprender e aprimorar na administração do país. A corrupção persistente é uma mancha no tecido democrático de Angola. A falta de transparência e a má gestão de recursos públicos minam a confiança na capacidade do governo de servir aos interesses do povo de maneira justa e equilibrada. A economia angolana também teria beneficiado de uma transição gradual. Um planeamento a longo prazo permitiria a diversificação económica, reduzindo a dependência excessiva dos recursos naturais e contribuindo para um crescimento mais sólido e consistente.
Uma transição mais lenta teria proporcionado a preservação da rica identidade cultural de Angola e teria evitado a perda vidas humanas. A entrega irresponsável do poder a líderes sem preparação adequada teve implicações significativos para Angola. A educação política, económica e administrativa teria fornecido as ferramentas necessárias para enfrentar os desafios complexos que um país recém-independente enfrenta.
Para o futuro o que Angola precisa é o fortalecimento das instituições democráticas e a promoção de um governo mais inclusivo onde os benefícios da independência se estendam a todos e não somente a uma pequena elite do regime. A corrupção sistémica tem desempenhado um papel crucial na perpetuação dessa desigualdade. Os recursos nacionais, em vez de serem distribuídos de maneira justa para beneficiar toda a população, muitas vezes são desviados para favorecer interesses particulares da elite do MPLA.
Os sectores de educação e saúde, essenciais para o desenvolvimento humano, foram especialmente afectados pela desigualdade. Enquanto a elite tem acesso a serviços de alta qualidade, grande parte da população enfrenta deficiências nessas áreas cruciais, contribuindo para um fosso cada vez maior. A maioria dos angolanos enfrenta desafios económicos significativos, incluindo altas taxas de desemprego e pobreza. A falta de oportunidades económicas para a população em geral demonstra uma disparidade gritante entre ricos e pobres.
FOLHA8 – 04.02.2024
Posted on 19/02/2024 at 23:53 in 25 de Abril de 1974, Angola - Cabinda | Permalink | Comments (0)
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'Josina Machel era uma mulher como outras. Foi uma combatente comum. Tornou-se importante porque casou com Samora Machel"
'As matanças a que assistimos hoje são a continuação da cultura de assassinatos dos comunistas que tiraram a vida de pessoas como Uria Simango e Joana Simeão"
Por André Mulungo
Chama-se Artur Lambo Vilankulo, é moçambicano, e actualmente vive nos Estados Unidos da América. Artur Vilankulo foi locutor fundador do programa ”A Voz da Frelimo”, na Radio Tanzânia, durante a luta de libertação nacional.
Durante uma das suas visitas a Maputo falou ao “Canal de Moçambique", tendo dito que Marcelino dos Santos e "os donos da situação” são os responsáveis pela morte de Eduardo Mondlane. Artur Vilankulo diz que a História não pode ser branqueada. Afirma que Mondlane não é fundador da FRELIMO e que Josina Machel era uma mulher combatente comum que se tornou importante por ter casado como Samora
Descreve as matanças que acontecem na actualidade, incluindo os atentados contra Afonso Dhlakama, como a continuação da prática de assassinatos que caracterizou a Frelimo antes e depois da Independência Nacional.
Artur Vilankulo viveu na casa "Changombe”, na Tanzânia, juntamente com Samora Machel. Joaquim Chissano. Armando Guebuza, João Munguambe, Mariano Matsinhe, Lopes Tembe, Marcelino dos Santos, Jorge Rebelo, Óscar Monteiro, Artur Murupa, Gabriel Simbine e José Moiane.
Acompanhe; a seguir, a entrevista a Artur Lambo Vilankulo.
Canal de Moçambique (Canal) — Não pegou em armas mas através do seu programa na rádio contribuiu para o processo de libertação do pais. Depois de libertarem o país, viveram o que sonharam durante a luta contra o colonialismo?
Posted on 10/02/2024 at 11:55 in 25 de Abril de 1974, História, Morte Eduardo Mondlane - 03.02.1969, Morte Samora Machel - 19.10.1986, Política - Partidos, Uria Simango | Permalink | Comments (0)
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FINALMENTE, A CAMINHO DE PORTUGAL...
Quis talvez o destino que, ao beber o cálice da minha amargura, até ao fim, assistisse, em Moçambique, à escalada dum comunismo, primário e orientalista, tipo do Vietname ou Coreia do Norte, o qual vem transformando estas terras em autênticas prisões sem grades e suas gentes em delatoras, algumas das quais do mais abjecto que imaginar se possa! Um autêntico inferno social...
Para detidos e condenados, da cadeia central da Machava, as dificuldades principiaram com a chegada dum contingente da «Frelimo», que veio tomar conta da prisão, após um recluso ter sido ferido a tiro, por um guarda, quando se encontrava, de acordo com o que se diz, apenas a colher laranjas, para as levar aos que se encontravam nessa coisa horrorosa que é a «cela de transição»...
Anteriormente tinham vindo (arrumadas como sacos de batatas...) imagens e objectos sagrados que faziam parte do recheio da igreja da penitenciária de Lourenço Marques...
Sempre gostaria de saber o que pensa, por exemplo, o bispo de Nampula, acerca de tudo isso... e de muitas outras coisas..., bem como os «padres brancos», que certamente vão ficar sem as suas instalações do Lundo...
Para principiar, os «frelimos», armados de metralhadoras, reuniram o «povo» da cadeia, na antiga cozinha e, após as ameaças da praxe, conduziram umas tantas pessoas, de cada vez, até aos respectivos pavilhões, obrigando-as a levar as suas coisas para o economato, onde tiveram de deixá-las, tanto fazendo que fosse dinheiro, para comprar cigarros, como os cestos em que alguns reclusos trabalhavam, para arranjarem dinheiro com o qual matavam a fome à família...
Leia tudo aqui
Download Um-Ano-Nas-Masmorras-Da-FRELIMO-Pinho-Barreiros_1977
Posted on 10/01/2024 at 18:45 in 25 de Abril de 1974, História, Justiça - Polícia - Tribunais, Letras e artes - Cultura e Ciência | Permalink | Comments (0)
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Por Manuel Amaro Bernardo (Cor.)
«(…) (a casca de banana) foi a “Matança da Páscoa”, antecedida e acompanhada por muitos outros boatos.
«(…) na altura, a minha teoria apontava para uma de duas hipóteses KGB ou CIA. Hoje estou mais inclinado (também aqui não tenho certezas absolutas) de que foi o KGB. Mas, se foi ele, fê-lo magistralmente, pois aparece ao Spínola através dos serviços de informações de países
ocidentais: Alemanha (RFA), França e Espanha. O que muito naturalmente o torna credível. (…)»
Cor. Vasco Lourenço, in “Do Interior da Revolução” /2009 pp 368
«(…) E nós passámos a vigiá-la (casa do Gen. Spínola/Massamá) e era eu que fazia a escala dos (dois) oficiais (Ex. Mar. e FAP) que iam para lá todas as noites. (…)
«Nessa noite (10/11Mar75) os oficiais (…) de madrugada descobriram que já lá não estavam. (…) Portanto, o 11 de Março é uma armadilha, montada para fazer sair um determinado número de indivíduos, para que mais tarde houvesse qualquer coisa preparada. (…)»
M. General Manuel Monge, in “Abril em Novembro” /2023, pp 139,140
«(…) P/M. Bernardo: Aquele agente secreto, segundo um documento transcrito numa edição do "Expresso" (10-03-1990), seria do SCDE francês e chamava-se Dominique Roux. Este conhecia, de facto, o General dos tempos da Guiné...
«R: Admito que fosse esse. Mas ele, pensando que vinha fazer um bom serviço ao General, acabou por acionar a armadilha, já que o seu serviço tinha sido mistificado... Como sabiam ser amigo do General, impingem-lhe a notícia da matança e ele terá pensado que o melhor seria avisá-lo. No entanto estava mas era a fazer um bom serviço ao KGB, que controlava a informação na altura. (…)»
Cor Virgílio Varela, “Equívocos e Realidades; Portugal 1974-75” /1999, pp 72
O conteúdo deste livro “Abril em Novembro” do Coronel “Comando” Rui Salvada vem destacar e reforçar o que sempre avancei em trabalhos anteriores de que o contragolpe do 25 de Novembro de 1975 foi um acontecimento do qual resultou a Liberdade e a Democracia em Portugal.
Tal como afirmou, em poesia, o Coronel quarteirense José Caniné, a meu pedido:
DE BOCA CHEIA DE ABRIL
ANDAM SEMPRE OS MESMOS MIL
ERGUENDO ALTO A SUA VOZ;
MAS AOS MAIS JOVENS EU LEMBRO,
QUE SE NÃO FOSSE O NOVEMBRO,
AI DO ABRIL… E AI DE NÓS!
Vou fazer agora alguns comentários, quer correctivos, quer sobre aqueles textos que considero dever realçar.
Nestes últimos encontram-se os omitidos pela historiadora Maria Inácia Rezola – pertencente à comissão dos 50 anos de 25 de Abril antes chefiada pelo actual e ainda ministro da cultura, com a devida orientação do GOL (maçonaria) de Vasco Lourenço e salientados em carta aberta que elaborei há dois anos:
Continue reading "Comentários sobre “ABRIL EM NOVEMBRO” /2023" »
Posted on 13/12/2023 at 22:47 in 25 de Abril de 1974, Opinião | Permalink | Comments (0)
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O EXERCÍCIO ALCORA no jogo das Alianças Secretas
Maria Paula Meneses e Bruno Sena Martins
Somos irmãos de armas lutando contra um inimigo comum que tem de ser derrotado.1
Há cinco décadas começava a Guerra Colonial portuguesa no palco africano.
E muito permanece por dizer sobre os contornos desta guerra e das lutas nacionalistas, assim como das suas implicações geoestratégicas no contexto da Guerra Fria. Este livro tem por objetivo aprofundar os conhecimentos sobre aspetos menos conhecidos dessa guerra, centrando a atenção nos contornos e implicações do Exercício Alcora, uma aliança nunca publicamente reconhecida, estabelecida entre a África do Sul, a Rodésia e Portugal (figura 1). São estes três países que desenvolveram o projeto desta aliança militar e política, firmada em 1970, cujo impacto perdurou para além das independências de Moçambique e Angola.
Leia aqui Download As_Lutas_de_Libertacao_e_os_Sonhos_coloniais_PaulaMenezes_2013
Posted on 28/11/2023 at 11:19 in 25 de Abril de 1974, História, Letras e artes - Cultura e Ciência, Portugal | Permalink | Comments (0)
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A apresentação do livro vai ser no próximo sábado, dia 14 de outubro, às 16:00, na livraria Almedina do Rato, em Lisboa (Rua da Escola Politécnica 225)
Posted on 09/10/2023 at 13:03 in 25 de Abril de 1974, História, Letras e artes - Cultura e Ciência | Permalink | Comments (0)
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Guilherme de Melo, jornalista, durante mais de duas décadas em Moçambique, publicou em 1985 “MOÇAMBIQUE – DEZ ANOS DEPOIS”, relato da viagem que ali fizera pouco tempo antes e de que só hoje obtive um exemplar.
Guilherme de Melo foi um dos jornalistas que esteve no Chai pouco tempo depois do ataque.
Estando mais que comprovado que a história contada e encomendada pela Frelimo não é a verdadeira, porque voltou Guilherme de Melo a escrever o que adiante ides ler e o que levou o cozinheiro do então administrador a inventar a “história” que conta e é ali reproduzida?
Sabemos que ele retornou a Moçambique, especialmente para assistir às comemorações dos 20 anos do ataque ao Chai, a convite de Mário Ferro e Alves Gomes do “Notícias” de Maputo. Terá sido por isso?
Aqui vai a transcrição:
EVOCAÇÃO DO CHAI
No troço da estrada que vai de Macomia a Mueda, em pleno coração do interior moçambicano — o planalto dos Macondes — há, ainda hoje, duas pontes em betão com os tabuleiros destruídos. Uma situa-se no troço entre Macomia e Chai; a outra para lá do Chai, sobre o rio Mapwede.
Foram ambas destruídas pelos guerrilheiros, durante a luta armada para a independência, com o propósito de cortar o avanço das tropas motorizadas portuguesas.
Cumpre referir que, no decorrer da guerra, a Frelimo evitou sempre a destruição de infra-estruturas de grande envergadura — como pontes, barragens, centrais — exactamente na mira do dia em que, mais tarde ou mais cedo, tudo lhe viesse parar às mãos.
Dez anos decorridos sobre a independência, as duas pontes continuam tal como ficaram depois de dinamitadas: o Governo moçambicano deixou-as propositadamente assim, à laia de um curioso museu de guerra um pouco disperso por todo o país. Ao lado dos dois tabuleiros semi-destruídos, existem agora duas outras pontes, por onde o trânsito se processa.
Vinte anos depois do primeiro ataque a uma autoridade colonial — concretamente, o posto administrativo do Chai— é possível reconstituir-se todo o background da razão de ser dessa guerra de dez anos que, ainda hoje, muitos dos brancos que viviam na antiga colónia, e dela saíram após o 25 de Abril, se recusam a querer entender. Estou no Maputo quando se comemora aquela data e peso, palavra por palavra, os depoimentos dos que então viveram directamente os acontecimentos que muitos desses mesmos brancos —e eu próprio— de todo ignoravam, envoltos no remanso doirado que era o dia-a-dia na ex-Lourenço Marques.
O primeiro tiro
O lugar escolhido pela Frelimo para o ataque que marcou o desencadear da luta armada de libertação da ex-colónia foi, como se disse, o posto administrativo do Chai.
Tratava-se de uma pequena localidade do interior de Cabo Delgado, com pouco mais de meia dúzia de edifícios. Nomeadamente, uma secretaria, a casa do chefe do Posto, a casa do gerente da Companhia Algodoeira do Sagal, dois estabelecimentos comerciais, um pequeno hospital, a cadeia, as casernas dos soldados e as residências dos polícias brancos e dos cipaios negros.
Continue reading "Ainda o 25 de Setembro de 1964 e o CHAI(Repetição)" »
Posted on 25/09/2023 at 00:24 in 25 de Abril de 1974, Chai - 25.09.64, História | Permalink | Comments (0)
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Documentos históricos recentemente revelados pela agência norte-americana de informações provam que nem toda a gente nos Estados Unidos estava de acordo com a política africana de John Kennedy: a ajuda da Casa Branca aos movimentos terroristas no Ultramar português não evitou, afinal, que eles se aliassem à União Soviética e acabou por revelar-se trágica para a Metrópole e para as populações africanas.
“Portugal: de Império a país pequeno” é o título de um dos importantes documentos que a Central Intelligence Agency (CIA) disponibilizou há pouco, ao abrigo de um programa de transparência estatal. Memorandos e outros documentos da CIA cuja relevância para a segurança nacional do país já tenha caducado podem agora ser consultados – e nesse lote encontram-se peças históricas relevantes para se compreender a posição dos Estados Unidos face a Portugal durante o período das guerras em África (1961 a 1974) e no período revolucionário que se seguiu ao golpe de 25 de Abril de 1974.
A parte mais interessante destes documentos diz respeito à política africana dos Estados Unidos nos anos 60. O início do terrorismo em Angola, em 1961, coincidiu com o início do mandato presidencial de John Kennedy – e sabe-se como os Estados Unidos apoiaram então, diplomaticamente e com financiamentos, os primeiros movimentos terroristas angolanos, em especial a UPA, antecessora da FNLA, cujo chefe Holden Roberto recebia de Washington uma tença mensal de 900 dólares.
Contudo, ao incentivar as forças anti-portuguesas em África, Kennedy ignorou deliberadamente os muitos relatórios que a CIA elaborou sobre as nossas províncias ultramarinas portuguesas antes mesmo de o terrorismo começar a semear a violência na província angolana do Congo, em 14 de Março de 1961.
A tese de John Kennedy e dos seus assessores do Departamento Africano da Casa Branca é bem conhecida: os Estados Unidos deviam apoiar o movimento independentista africano para evitar que este procurasse auxílio no bloco comunista. A ingénua convicção de Kennedy, de que assim os emancipalistas se manteriam “pró-americanos”, levou-o a estabelecer alianças contra-natura com dirigentes esquerdistas africanos, como Kwame Nkrumah, do Gana, e a manter na ONU uma perigosa política de entendimento com o bloco afro-asiático, em prejuízo de velhos aliados ocidentais como Portugal e a França.
Num dos relatórios da CIA agora disponíveis, datado de 1959 e intitulado “As perspectivas para Portugal”, os agentes norte-americanos avisavam a Casa Branca de que “estas possessões ultramarinas, que são consideradas pelos portugueses como partes integrantes de Portugal e não como colónias, representam os últimos vestígios de um passado orgulhoso, mas os territórios africanos também representam a sua melhor esperança de prosperidade futura”. Assim, a CIA recomendava à administração dos EUA que não interferisse na política ultramarina portuguesa, prevendo que Portugal se manteria um aliado vital da NATO mesmo que tivesse de combater para preservar a sua integridade nacional, como de facto sucedeu.
Mas Kennedy ignorou propositadamente todas as recomendações que contrariassem a política anti-ocidental dos seus assessores de tendências esquerdistas. Os EUA apoiaram a UPA e todos os movimentos de pretensa “libertação das colónias”, entrando em choque com o Presidente do Conselho português, Oliveira Salazar, e dificultando tanto quanto puderam a vida a Portugal na defesa do Ultramar. Assassinado em Novembro de 1963, Kennedy não viveu o suficiente para conhecer os resultados trágicos da sua política africana.
Continue reading "A CIA avisou Kennedy: deixe o Ultramar português em paz!" »
Posted on 15/09/2023 at 19:01 in 25 de Abril de 1974, História | Permalink | Comments (0)
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Esta reportagem foi-me confirmada em Abril de 2010:
"Olá Fernando! Faz já muito tempo que o artigo foi publicado mas sou sim, o autor do newsletter a que referiu. Se procurar nos arquivos da revista "O Economista" publicado pouco antes desse newsletter vai encontrar a mesma informação. Mais ainda, se conseguir um exemplar do livro "África, a vitória traída", um dos autores, General Silvino Silvério Marques, comenta de forma alargada sobre o mesmo artigo a que o Fernando se refere na mensagem que me enviou. Penso que isso esclarece as coisas um pouco mais. Melhores cumprimentos. JohnWahnon "
Sobre o livro referido ÁFRICA: A VITÓRIA TRAÍDA podem ver aqui http://www.macua1.org/livros/4generais1.html
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Posted on 07/09/2023 at 13:43 in 25 de Abril de 1974, Acordo Lusaca e reacções - 07.09.1974, História, África - SADC | Permalink | Comments (0)
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Revisitando o PREC (?!)
(…) de bisonho e fracassado operacional (Jaime Neves) na madrugada de 25 de Abril a fervoroso e empenhado revolucionário. (…)
(…) Em 25 de Novembro, emerge impante como o comandante da força aríete. Eanes fará dele, publicamente, o herói do momento e da circunstância. (…)
Cor. Sousa e Castro in “Cap. de Abril e Cap. de Novembro”/2009
Estranhara ao verificar que o Professor e destacado analista político se tinha abalançado na tarefa de prefaciar o recente livro de Sousa e Castro, editado em Novembro passado. Assim, veio dar alguma credibilidade da dita área de direita em relação a tal publicação.
Ainda conseguiu fazer algumas críticas quer a nível militar, quer partidário, ao mesmo tempo que ia dizendo ter “sido apanhado à última da hora”, para alinhavar aquelas palavras introdutórias.
Quero acrescentar mais algo sobre o conteúdo deste livro, onde é praticada em elevado grau a técnica da omissão, quer em relação a pessoas como Hugo dos Santos, Mariz Fernandes, José Pais e Lobato Faria, quer quanto ao sucedido em acontecimentos como o 28 de Setembro e as prisões então desencadeadas pelo PCP, desde essa data.
E quando ao autor não lhe é possível omitir pessoas, dado o seu grande envolvimento nos acontecimentos mais marcantes (25 de Abril e 25 de Novembro), como foi o caso do General Jaime Neves, então avança com uma crítica feroz, a rondar o insulto.
Através destas inesperadas linhas o Professor acabaria por me fazer regressar às lembranças dos tempos do PREC, quando no então “seu” Expresso, à semelhança da restante equipa editorial se posicionou numa atitude de condescendência (quando não de apoio) à vergonhosa descolonização dos territórios africanos, e não só… E na altura ficou bem claro que esse processo e nomeadamente em Angola, foi a entrega pura e simples ao neocolonialismo soviético. Como afirmou Manuel Monge, numa entrevista (1997), que me deu para um trabalho publicado, “a descolonização é a página mais negra da História de Portugal Contemporâneo, sendo a grande nódoa de Abril”. E acrescentava: “Foi feita na defesa dos interesses políticos e estratégicos da União Soviética, dos seus aliados e dos seus movimentos no terreno; foi contra os interesses permanentes de Portugal, contra os portugueses residentes em territórios sob a nossa administração e contra os interesses das suas populações.”
Em tal processo, as contradições foram muito flagrantes. Enquanto se dizia que apenas se devia negociar com quem possuía a força das armas, como em certa medida poderia ser aceitável no caso da Guiné (o General Spínola já o tentara anos antes), em Angola veio a tornar-se num dramático equívoco. O poder seria entregue, através da actuação pouco isenta de oficiais portugueses, como Rosa Coutinho e Pezarat Correia, ao MPLA, um movimento praticamente inexistente em termos operacionais antes do 25 de Abril e completamente dividido politicamente em duas facções no exterior do território. Assim considero verdadeiramente espantoso que Sousa e Castro venha fazer a defesa daquele almirante (“vermelho”, como foi apelidado pelos retornados angolanos) que, além de ter facilitado a referida entrega a um movimento pró-soviético, se arvorou, em Portugal, em defensor do “socialismo científico”, através da via militar - o designado MFA, tão louvado por este autor.
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Posted on 11/08/2023 at 00:06 in 25 de Abril de 1974 | Permalink | Comments (0)
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Chegaram em barcos e aviões num movimento que durou poucos meses. Ficaram conhecidos como os “retornados”. É meio milhão de pessoas que ajudaram a construir a democracia e o Estado social e cuja integração na metrópole é uma história de sucesso que a Revista 2 agora conta.
Meio milhão de portugueses foram integrados na sociedade portuguesa durante o período que vai do Verão de 1974 ao Verão de 1975, fruto da descolonização imposta pelo fim da ditadura do Estado Novo. É um movimento de integração populacional único que trouxe uma massa humana qualificada que contribuiu de forma decisiva para a construção do Estado democrático. Para a história ficaram conhecidos como os “retornados”. Na realidade, são a última geração de portugueses que viveram e cresceram na África colonial portuguesa.
“É um dos momentos mais extraordinários da história portuguesa do século passado, a capacidade de integrar 500 mil pessoas que chegam em poucos meses”, defende o empresário Alexandre Relvas, nascido em Luanda, para quem o movimento de integração dos retornados “correu tão bem que não é suficientemente valorizado, a sociedade portuguesa não valoriza essa capacidade enorme que teve”. Também o sociólogo Rui Pena Pires, nascido no Huambo (antiga Nova Lisboa), e autor da única grande investigação sobre o tema (Migrações e Integração. Teoria e Aplicações à Sociedade Portuguesa, Celta, 2003), sublinha que houve uma “boa integração”, uma vez que “não há marcas que se percebam”.
Leia aqui https://cronicas03.wordpress.com/2018/04/19/retornados-uma-historia-de-sucesso-por-contar/
Posted on 15/07/2023 at 11:43 in 25 de Abril de 1974, Opinião, Portugal | Permalink | Comments (0)
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A dirigente política moçambicana Joana Simião, morta em circunstâncias ainda por esclarecer pelas autoridades da FRELIMO, tentou suicidar-se no campo de “reeducação” de M'telela na província do Niassa, em 1976, confirmam documentos oficiais obtidos pela Voz da América.
A VOA obteve também gravações inéditas de Joana Simião e de Urias Simango, um dos fundadores da FRELIMO que se encontrava também detido em M'telela e que foram posteriormente entrevistados por um grupo de jornalistas de orgãos de informação estatais controlados pela FRELIMO antes de serem mortos
As gravações nunca foram publicadas anteriormente e segundo um dos jornalistas do grupo foram levadas pelo ministério da Informação e nunca mais foram vistas.
Os documentos obtidos pela Voz da América indicam que a primeira informação da tentativa de suicídio de Joana Simião foi feita num telegrama enviado dos responsáveis não identificados do campo de M'telela para o comando provincial da polícia em Lichinga, que começa por relatar que um preso que havia fugido tinha sido recapturado, para depois informar da tentativa de suicídio.
A mensagem foi depois enviada ao gabinete do governador provincial Aurélio Manave pela “ Direcção Provincial dos Serviços de Reeducação” que transcreve o telegrama original em que se diz que “informamos que a Joana queria se enforcar (SIC) hoje de madrugada. Encontramos com uma fita no pescoço, até perdeu sentido (SIC). Quase toda a noite a pedir mudança de quartos e várias chamadas. Saudações revolucionárias”.
Documento informando da tentativa de suícidio de Joana Simião
A VOA sabe que um médico foi posteriormente levado ao campo mas desconhece-se em que estado encontrou Joana Simião e detalhes dos pedidos de Simião aludidos no telegrama.
Na entrevista posteriormente gravada à sua tentativa de suicídio, esta não foi abordada porque na altura isso foi mantido em segredo. Mas um dos jornalistas perguntou-lhe se concordava com o facto de ter sido enviada para o campo de “reeducação” e abordou também alegações feitas quando já lá se encontrava que tinha estado envolvida de novo em actividades políticas contrárias ao poder da FRELIMO.
“A FRELIMO não explicou, não posso concordar com coisas que não sei”, disse Simião a quem depois perguntou como tem sido tratada e “quais as actividades que tem desenvolvido”.
“Tenho sido satisfatoriamente bem tratada e quanto às actividades : nenhumas, embora o presidente me tenha acusado que tinha tentado iniciar actividades aqui” disse acrescentando que “gostaria que me explicassem, mas fui acusada no dia 25 de Junho por sua Excelência o Presidente da República que a Joana tentou organizar um partido em M'telela”.
“Estou isolada não tenho contacto absolutamente nenhum com ninguém, admira-me realmente que eu possa fazer qualquer espécie de actividades política”, acrescentou Joana Simião que nessa entrevista revelou que um dos apoiantes do seu partido GUMO tinha vindo do então rei Sobhuza II da Swazilândia hoje Eswatini.
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Posted on 10/07/2023 at 10:45 in 25 de Abril de 1974, História, M'Telela - Niassa e outros | Permalink | Comments (0)
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Relembro turmas só com filhos de retornados porque a “turma dos bons alunos” não se podia imiscuir connosco. Rotulados com o que tínhamos (nada) rapidamente mostrámos que não importa ter, mas sim ser.
É reconfortante para todos nós, esquecidos no tempo, ouvir falar dos retornados.
Hoje o programa Conta-Corrente, na Rádio Observador, dedicou parte da sua emissão ao tema “Quem são os nossos retornados”. Foi uma emissão de partilha, cheia de emoção e memórias de quem deixou África, mas onde para sempre o seu coração permanecerá.
Agradeço à Helena Matos e ao José Manuel Fernandes o tempo dedicado. Relembrou-nos África do espírito livre e inconformado, cores e cheiro da terra molhada.
Quem não tem no seio familiar pelo menos um retornado?
Foram milhares os retornados e milhares os refugiados das províncias ultramarinas.
Foram milhares aqueles que utilizaram as famigeradas pontes áreas onde os dias de espera por um lugar se transformavam em anos, a tristeza em revolta e a dor em gigante Adamastor.
Durante anos, a palavra Retornado foi utilizada de modo segregacionista e acutilantemente perversa, com sentido depreciativo para quem se queria dirigir aos… “brancos de segunda” e àqueles que… “vieram tirar-nos o trabalho”.
Vítimas de discriminação e bullying de uma sociedade decadente, na maioria pouco culta, e que via nos retornados uma ameaça nunca dissimulada, mas também nunca verificada.
Foram anos de segregação, ressentimento e discriminação. Anos difíceis para quem é jovem e para quem escolheu que a vida deixasse para trás os amigos, a família, a casa, o seu povo.
Recordo vagamente estes brindes, na memória guardo apenas o que me aquece a alma e o coração; para a minha África, para o meu povo e cheiro da terra molhada.
Relembro turmas só com filhos de retornados porque a “turma dos bons alunos” não se podia imiscuir connosco. Rotulados com o que tínhamos (nada) rapidamente mostrámos que não importa ter, mas sim ser e, poucos fomos os que não venceram na vida.
Mostrámos quem éramos e donde viemos, refugiados de uma guerra para a qual não tínhamos sido consultados e sobre a qual nada ou pouco sabíamos, acordos de Lusaka, 25 de Abril e pouco mais.
Exceções à parte fomos respeitadores dos costumes e tradições de cada povo, amámos e fomos amados, demos, mas também recebemos, sobretudo amor dos povos que era o também o nosso.
Posted on 26/04/2023 at 12:34 in 25 de Abril de 1974, História, Portugal | Permalink | Comments (0)
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Na véspera de um dia de mistificação, vou-vos contar uma história, esta autêntica…Os cravos vermelhos são, desde o Séc. XIX, um dos principais símbolos dos Rothschilds e dos banqueiros da City de Londres. Simbolizam o poder da banca internacional, como muito bem é caracterizado no final do filme «Mary Poppins» do Walt Disney (que detestava os banqueiros e os Rothschilds)…
No dia 22 de Abril de 1974, entra no Tejo uma esquadra da NATO/OTAN, incluindo um porta-aviões e dois navios de guerra electrónica, o USS Warrior e o Iate Apollo. Na noite desse dia, descarregam cerca de trinta contentores no porto de Lisboa, cheios de cravos vermelhos da América do Sul. Para quem não saiba, em Portugal os cravos só florescem nos finais de Maio e início de Junho… Agora há estufas para cultura intensiva, mas na época não…
Na madrugada do dia 25/4, uma frota de camiões da NATO distribuiu esses cravos por várias unidades militares revoltosas, para que os soldados os colocassem nos canos das armas. Finalidade: indicar às forças «amigas» (da banca internacional) que estava tudo bem, e que o golpe era controlado por «eles»… Isto foi-me confirmado por várias fontes militares ligadas à NATO…
Depois, para encobrir a vergonhosa verdade. inventou-se a historieta (para tótós) de que teria sido uma certa D. Celeste Martins Caeiro, empregada da limpeza de um restaurante no edifício «Franjinhas» da rua Brancaamp que, tendo o dono (não era um dono, mas uma dona, e a «história» para tótós está toda aldrabada), que estava a aprontar a sala para a inauguração, dito para os empregados levarem as flores (cravos que ainda não havia à venda nessa altura em Portugal) para casa…
A D. Celeste leva-as para o Largo do Carmo – pessoalmente, a comandar uma frota de camiões da NATO – e começa a distribuir os ditos cravos, sabendo de antemão o que nem a PIDE/DGS suspeitava!
Outras «fontes revolucionáris» dão a D. Celeste como florista com lojinha no edifício do Cinema Império, que, com colegas, andou a recolher cravos inexistentes nos stocks para distribuir aos revoltosos… Estava mais bem informada que a PIDE, a CIA e a KGB, não contando o MI6 de Sua Majestade…
Enfim, e assim se alicerçam «a martelo» as mentirolas de Abril… Não a 1, mas a 25… E continuam…
A censura do Facebook apagou-me há tempos um post onde eu explicava detalhadamente a orquestração do 25 de Abril de 1974 pela CIA americana, e descrevia a distribuição dos cravos vermelhos – símbolo da banca da City de Londres – pelas forças da OTAN que haviam entrado no Tejo a 22 de Abril…
Também descrevi, num dos comentários, o episódio em que as forças revoltosas da Escola Prática de Cavalaria foram paradas pelos blindados de lagartas (tanques M47) do Regimento de Cavalaria 7, fiéis ao governo de Marcello Caetano, quando estavam no Terreiro do Paço e avançavam para a Ribeira das Naus (primeira foto).
Nesse momento, a fragata Gago Coutinho (segunda foto) posicionou-se frente à praça, para fazer fogo sobre os revoltosos assim bloqueados, caso estes não se rendessem.
Nesse momento, o contratorpedeiro canadiano Huron das forças da OTAN meteu-se entre a Gago Coutinho e a Praça, anulando intencionalmente a manobra da nossa fragata, e abrindo caminho aos revoltosos (terceira foto).
Por fim, na página de Lisboa de Antigamente, encontrei as fotos da sequência funesta, demonstrando que afinal, a «Revolução dos Cravos» não passou de um golpe americano da CIA…
Se calhar, também me vão censurar este post…
Claro que os Americanófilos terão dificuldade em aceitar que, contrariamente ao que lhes foi dito, a NATO, os Americanos e a elite que controla o Ocidente não são os “bons”, e nem são “maus” aqueles que são contra os seus sonhos de manutenção e aumento da hegemonia militar, económica e cultura sobre o mundo. Essencialmente, a NATO só serve para submeter os países ao FMI e ao domínio Anglo-Americano.
Nesta guerra de blocos imperialistas é complicado identificar um deles como estando do lado do bem, e outro estando do lado do mal, mas é muito fácil dizer que a NATO não luta pela “democracia”, e que os interesses económicos da elite financeira mundial (liderada pela família do escudo vermelho) estão na base de quase todas “revoluções” e conflictos armados no mundo.
Os Portugueses têm sido enganados há 40 anos sobre a “revolução”, e as vozes que sabem da verdade (como o Carlos) estão a ser censuradas. A única forma de garantirmos que as gerações vindouras saibam da verdade que se abateu sobre a nação, e como o país está a ser controlado por interesses financeiros sediados em Londres, é falando aos outros.
In Os Rothschilds e a CIA por trás da “Revolução dos cravos” | (wordpress.com)
Posted on 25/04/2023 at 17:37 in 25 de Abril de 1974, História, Opinião | Permalink | Comments (0)
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Finalmente o “depois”.
O 25 de Novembro de 1975 acabou (mas não de vez) com os planos do PCP e da Extrema-Esquerda, de tomar o Poder em Portugal pela via revolucionária e subversiva. No último pico da Guerra - Fria, a OTAN (com os EUA à cabeça) lembrou à União Soviética que a parte europeia de Portugal (o Ultramar nunca esteve incluído no âmbito daquela organização) não estava disponível para sair fora da esfera “ocidental”, pelo que Brejnev informou o “kamarada” Álvaro Cunhal que devia mandar as suas “tropas” recolher a quartéis, deixando os diferentes grupos de extrema - esquerda desamparados na rua adiando que se viessem a enfrentar, mais tarde, caso houvesse sucesso (Posteriormente a maioria destes grupúsculos veio a confluir nesse viveiro de “democratas” que dá pelo nome de Bloco de Esquerda). 1
Porém, aquilo que interessava à União Soviética fazer, estava feito, isto é, os representantes do Estado Português tinham alienado a sua soberania de todo o Ultramar para partidos marxistas. Ainda hoje, os “novos” países – que de países apenas têm o nome - não se recompuseram e como deixaram de poder ser portugueses lá, querem ter a nacionalidade cá…Para onde emigram aos milhares.
Posted on 15/04/2023 at 23:10 in 25 de Abril de 1974, História, Opinião | Permalink | Comments (0)
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Vejamos o “durante”. Bom, o durante foi um desastre extenso de amadorismo, oportunismo, ingenuidade (melhor dizendo, ignorância) e idiotice militante. Em primeiro lugar porque se iniciou o dia 25 sem se ter pensado no dia 26. Deve ter sido mais um dos célebres, “depois logo se vê”, como se efectuar um golpe de estado fosse algo parecido como ir beber uma “bica” ao café da esquina.
Depois a própria realização do golpe foi de uma singeleza patética que só resultou porque o Governo, a começar pelo seu chefe - o principal responsável por tudo o que se passou - decidiu render-se, sem sequer esboçar uma reacção.
Posted on 13/04/2023 at 19:24 in 25 de Abril de 1974, História, Opinião | Permalink | Comments (0)
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“Por isso a Índia há-de acabar em fumo
Nesses doirados paços de Lisboa.
Por isso a Pátria há-de perder o rumo
Das muralhas de Goa”.
Miguel Torga
(In, “Afonso de Albuquerque”, Poemas Ibéricos).
O ocorrido em 25 de Abril de 1974, para ser bem compreendido, deve ser dividido no “antes”, no “durante” e no “depois”. O “antes” é saber se o golpe se justificava; o “durante”, decorre do que se passou entre esta data e o 25 de Novembro de 1975 (que se prolongou até 1982) e o “depois”, vai para além dessa data. Tudo isto nunca foi devidamente analisado e o que está na “verdade oficial”, deixa tudo a desejar.
Leia aqui Download 25 de Abril de 1974... I_JoãoFerreira
Posted on 13/04/2023 at 12:14 in 25 de Abril de 1974, Opinião | Permalink | Comments (0)
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Perceber a História
Por Rui Ramos
Fez-se a guerra, segundo Salazar, para conservar os territórios ultramarinos como “parcelas da pátria”. Mas outro governo teria de ter feito a guerra também, fossem quais fossem os seus planos, desde que estes não passassem pela entrega imediata do ultramar aos partidos revolucionários armados. Porque não se fez essa entrega logo em 1961? Simplesmente porque o Estado Novo era uma ditadura anticomunista, que não gostava dos independentistas por achar que eles eram comunistas?
A ditadura do general Franco, apesar de tão anticomunista como a de Salazar, não hesitou em 1956 em dar a entender que retiraria de todas as suas possessões em África “logo que as circunstâncias absolutamente o exigissem”, e assim o fez: renunciou ao protectorado em Marrocos em 1956, deu independência à Guiné Equatorial em 1968, e em 1973 reconheceu à população do Sahara Ocidental o direito à auto-determinação. Porquê? Obviamente porque eram possessões pouco importantes, sem população espanhola (embora o protectorado de Marrocos tivesse custado imenso esforço e baixas ao exército espanhol nos anos 1920).
Pelo contrário, os franceses na Argélia, os ingleses na Índia, ou os holandeses na Indonésia, onde os interesses eram muito maiores, só cederam aos independentistas depois de muitos anos, perante os custos de conter a insurreição. A França, a Inglaterra e a Holanda eram democracias, governadas até pela esquerda, como a França. Em 1956, ainda a Grã Bretanha mantinha três “guerras coloniais”, em Chipre, na Malásia e no Quénia. E, no ano seguinte, a Grã-Bretanha e a França montaram uma invasão do Egipto para defenderem os seus interesses no canal do Suez.
A França combateu na Argélia durante oito anos, entre 1954 e 1962, devido ao milhão de franceses que lá vivia há décadas, e que queria continuar a viver numa terra francesa. Quando o general De Gaulle finalmente desistiu, quase provocou uma guerra civil em França.
Ora, os portugueses formavam, depois dos cidadãos brancos da República da África do Sul e da Rodésia, o maior núcleo de povoamento europeu na África a sul do Sahara: em 1960, havia 172 529 brancos em Angola e 97 300 em Moçambique. Essa população continuou a crescer durante a década de 1960, chegando aos 335 000 em Angola e aos 200 mil em Moçambique. Angola e Moçambique eram, desde a década de 1950, das regiões mais prósperas de África. O governo que as quisesse abandonar precisava de explicar, aos directamente interessados e aos seus parentes em Portugal, porque é que ia confiar cerca de meio milhão de portugueses brancos aos cuidados dos leitores de Frantz Fanon, e sacrificar Estados prósperos às experiências revolucionárias que estavam a arruinar o resto da África.
É bom descontar o mito de que a guerra teria sido determinada por uma qualquer embriaguez “imperial” induzida pela exibição, nas escolas, dos mapas do ultramar. As colónias de África, rebaptizadas como ultramar em 1951, eram aquisições recentes. Até à década de 1930, tinham sido sobretudo cenário de operações militares. Não haviam atraído população branca, e sobretudo perderam bastante população negra, que emigrou para as colónias europeias mais prósperas, como aconteceu no caso de Moçambique. Depois da década de 1930, o interesse comercial pelas colónias aumentou. Na década de 1950, começaram a chegar os colonos brancos em grandes quantidades. Em 1960, já formavam uma comunidade apreciável, com um nível de vida muito superior ao metropolitano.
Mas este povoamento era demasiado recente e as províncias ainda não estavam suficientemente desenvolvidas para formarem sociedades capazes de se defenderem a si próprias, como a República da África do Sul. E precisariam de se defender, porque a África de 1960 não era a América Latina de 1820, quando a minoria dos colonos portugueses proclamou a independência do Brasil, declarou-se brasileira e passou a governar as massas de índios e escravos negros. Na África ao sul do Saara, na segunda metade do século XX, as “independências brancas” seriam difíceis e combatidas, como se viu no caso da Rodésia.
Também não era possível aos portugueses fazerem “independências negras” de fachada. Não havia, em 1960, uma classe média mestiça ou negra suficientemente numerosa e aportuguesada a quem entregar o poder. Pior: a que havia estava, em geral, conquistada para a causa revolucionária. Mesmo que arranjasse alguns negros amigos, o governo português teria de acabar por os defender contra os revolucionários, pelo menos inicialmente.
Para além dos “colonos”, havia a maioria da população negra. Cada território ultramarino português era um complicado caleidoscópio de dezenas de grupos com as suas línguas, os seus costumes, as suas religiões. Os partidos independentistas não se propunham respeitar esta diversidade. Eram dominados por europeizados, que queriam fazer em África “nações”, como na Europa e tendo até como línguas principais de comunicação as línguas europeias. Para isso, propunham encetar uma brusca transformação social. Era uma transformação que concebiam segundo ideologias europeias, como o marxismo, e que contavam fazer a partir da administração colonial montada pelos europeus, e com o apoio externo de potências europeias, como a União Soviética.
Era este, no fundo, o programa de partidos como o PAIGC na Guiné, o MPLA em Angola ou a FRELIMO em Moçambique. De facto, faz todo o sentido ver estes independentistas como a última vanguarda do colonialismo europeu em África. Em meados da década de 1960, já era claro que este tipo de projectos estava a gerar, por todo o continente, ditaduras de partido único e guerras civis. Um governo português que abandonasse o ultramar teria de preparar-se para suportar o eco dos massacres e das tiranias, como aliás aconteceu a partir de 1976, quando as “vítimas da descolonização” vieram assombrar os oficiais do MFA.
Caso houvesse plena liberdade de discussão pública em Portugal, como não havia sob o Estado Novo, teria havido um grande debate, e certamente que os defensores da entrega teriam feito ouvir a sua voz. Mas não é líquido que a opção do abandono imediato tivesse sido a primeira a ser tomada. Aliás, nem mesmo em 1974, depois da queda do Estado Novo, o foi. Não porque os portugueses estivessem a arder em fervor imperialista, mas porque não havia soluções sem custos para o problema ultramarino. A tragédia do ultramar é que nunca nenhum governo pôde escolher entre o bom e o mau, mas sempre entre o mau e o pior. Foi difícil e catastrófico retirar do ultramar em 1974? Sem dúvida. Mas não teria sido fácil em 1961. Nem em 1955. E antes disso, quase ninguém pensara em retirar. Nem mesmo o PCP e os demais anti-salazaristas.
OBSERVADOR(Lisboa) – 16.02.2023
Posted on 16/02/2023 at 20:11 in 25 de Abril de 1974, História, Opinião | Permalink | Comments (0)
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Uma unidade de Comandos é por definição uma "Força Militar Especial, constituída por membros com preparação física e técnica extraordinárias, encarregada de missões especiais". Ora sendo a 4a Companhia de Comandos de Moçambique, uma unidade deste tipo estou certo que com a leitura deste livro ficará o leitor mais esclarecido sobre o que foi o desempenho de uma Unidade de Comandos.
Como é habitual ouvir-se nos convívios entre Comandos das diferentes Companhias que serviram no Ultramar referencias diversas a casos passados durante as comissões e relativas a operações, acidentes, períodos de repouso e outras ocasiões mais ou menos sérias, por vezes extraordinárias ou mesmo jocosas que merecem, de imediato, opinião de que alguém devia registar por escrito para que não caíssem no esquecimento.
Leia mais aqui Download PREFACIO
APRESENTAÇÃO
Este livro surge para evocar os 50 anos da formação da 4a. Companhia de Comandos de Moçambique (1971-2021), tendo como autores os próprios militares da Companhia.
A ideia foi construir a história da 4a. Companhia de Comandos de Moçambique, através do relato de todas as recordações e vivências dos seus militares, muitas vezes despertando até "fantasmas", que há muito tempo estavam esquecidos.
Mas para que esses relatos fossem verídicos, foi pedido aos autores que recorressem à história editada da Companhia, para evitarem correr o risco de não conseguirem relatos consistentes, por eventual perda de memória ou por pouca habilidade para a escrita.
Leia mais aqui Download APRESENTAÇÃO
NOTA: Para aquisição contacte Raul Damas em [email protected]
Posted on 23/11/2022 at 13:03 in 25 de Abril de 1974, Letras e artes - Cultura e Ciência | Permalink | Comments (0)
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Moçambique 1974:
População: 8.000.000(aproximadamente)
No seu conjunto, como já assinalámos, em Moçambique os efetivos locais ultrapassavam em número as tropas metropolitanas, já que do efetivo total do Exército presente no território constituído por 55 000 homens, quase 31 000 eram do recrutamento local, cerca de 56%. Em Moçambique, no quadro do recrutamento local e nas tropas regulares, havia 13 Batalhões de Caçadores, 1 Batalhão de Comandos, 43 Companhias de Caçadores, 3 Companhias de Comandos, 2 Grupos de Artilharia Campanha, 3 Esquadrões de Reconhecimento e 1 Esquadrão a Cavalo, num total de cerca de 24 000 efetivos. Nas tropas especiais tinham-se constituído 84 Grupos Especiais, com cerca de 3000 efetivos e 12 Grupos especiais Paraquedistas, com mais de 400 efetivos. Havia, para além destes, os grupos de milícias dependentes dos governos de distritos.
In O MFA EM MOÇAMBIQUE por Aniceto Afonso(2019)(pág. 295)
PS: Além destes militares havia alguns milhares de milícias da auto-defesa dos aldeamentos e de instalações civis como fábricas e empresas agrícolas.
(NOTA: Mais 2 anos e estar-se-ia numa verdadeira “guerra civil”)
Moçambique 1983:
População: 10,610,000.
Serviço Militar: 2 anos (inclui mulheres)
Total Forças Armadas: 26.700
Produto Nacional Bruto (estimado) 1978: $1.7 (bilião).
Gastos com Defesa 1981: 5.6 biliões de meticais ($198 milhões)
$1 = 28,30 meticais (1981), 33,51 escudos (1978)
Exército: 25.000. 7 brigadas (cada com 3 corpos de infantaria, 1 brigada motorizada, 1 batalhão de artilharia, e unidades de apoio), Forças Paramilitares. 2000, 2 Brigadas de Guarda – Fronteiras.
Armamento:
300 tanques médios T-34, 50 tanques ligeiros PT – 76, 50 carros armados BRDM – 1/ - 2, 200 BTR–40, 152 camiões de transporte de pessoal, 300 canhões (76mm, 85mm, 100mm, 122mm, 130mm) 30 M-101, 105mm, 152mm, BM – 21 122mm, MRL –Multi Rocket Launcher (lança foguetes múltiplo, também conhecido por Katyuskas, ou Órgãos de Estaline); 325 60mm, 82mm, 120mm, RCL (lançador irrecuperável) 75mm, 82mm; Sagger ATGW - antitank guided weapon (anti - tanque teleguiado) 350 de 20mm, ZU – 33 23mm, 37mm, 57mm AA canhões, 30 SA –3/7 SAM (mísseis terra – ar).
Marinha:
8 unidades de patrulha costeira: 3 ex - soviéticas Zhuk, 5 ex - portuguesas (1 Antares, 2 Júpiter, 2 Belatrix), 3 unidades de desembarque
Bases: Maputo, Beira Nampula
Força Aérea:
1000 homens, 35 aviões de combate 198 Richard E. Bisse et alt (eds.) África Num Mundo Multipolar. 1983. IEEI – Estudos Africanos. IEEI. Lisboa.91
2 esquadrões com 35 Mig 17 e 21.
1 esquadrão de transporte com 2 An – 26, 6 Nordatlas, 4 Cessnas 182.
1 esquadrão de helicópteros com 4 Alouette II e III, 10 Mi – 8.
Aviões de treino: 5 Cessnas 152, 7 Zlin.
Bases: Maputo, Beira e Nacala.
In Partido, Poder, Estado - Uma Interpretação das Origens da Guerra Civil de Rafael Shikhani (pág. 90)
(NOTA: Que foi feito de todo este material?)
Moçambique 2022:
População: 30.000.000
Serviço Militar: 2 anos (inclui mulheres)
Num tempo em que se fala de transparência pública não há elementos para o conhecimento dos efectivos militares de Moçambique. No entanto fontes avançam situarem-se os efectivos actuais entre 40/50.000 militares.
(Não incluindo militares estrangeiros)
NOTA: Se alguém tiver dados mais actualizados, grato pela informação)
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Posted on 24/08/2022 at 00:00 in 25 de Abril de 1974, Defesa - Forças Armadas, História, Portugal | Permalink | Comments (0)
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Por Paula Helena Ferreira da Silva
Relembro turmas só com filhos de retornados porque a “turma dos bons alunos” não se podia imiscuir connosco. Rotulados com o que tínhamos (nada) rapidamente mostrámos que não importa ter, mas sim ser.
É reconfortante para todos nós, esquecidos no tempo, ouvir falar dos retornados.
Hoje o programa Conta-Corrente, na Rádio Observador, dedicou parte da sua emissão ao tema “Quem são os nossos retornados”. Foi uma emissão de partilha, cheia de emoção e memórias de quem deixou África, mas onde para sempre o seu coração permanecerá.
Agradeço à Helena Matos e ao José Manuel Fernandes o tempo dedicado. Relembrou-nos África do espírito livre e inconformado, cores e cheiro da terra molhada.
Quem não tem no seio familiar pelo menos um retornado?
Foram milhares os retornados e milhares os refugiados das províncias ultramarinas.
Foram milhares aqueles que utilizaram as famigeradas pontes áreas onde os dias de espera por um lugar se transformavam em anos, a tristeza em revolta e a dor em gigante Adamastor.
Durante anos, a palavra Retornado foi utilizada de modo segregacionista e acutilantemente perversa, com sentido depreciativo para quem se queria dirigir aos… “brancos de segunda” e àqueles que… “vieram tirar-nos o trabalho”.
Vítimas de discriminação e bullying de uma sociedade decadente, na maioria pouco culta, e que via nos retornados uma ameaça nunca dissimulada, mas também nunca verificada.
Foram anos de segregação, ressentimento e discriminação. Anos difíceis para quem é jovem e para quem escolheu que a vida deixasse para trás os amigos, a família, a casa, o seu povo.
Recordo vagamente estes brindes, na memória guardo apenas o que me aquece a alma e o coração; para a minha África, para o meu povo e cheiro da terra molhada.
Relembro turmas só com filhos de retornados porque a “turma dos bons alunos” não se podia imiscuir connosco. Rotulados com o que tínhamos (nada) rapidamente mostrámos que não importa ter, mas sim ser e, poucos fomos os que não venceram na vida.
Mostrámos quem éramos e donde viemos, refugiados de uma guerra para a qual não tínhamos sido consultados e sobre a qual nada ou pouco sabíamos, acordos de Lusaka, 25 de Abril e pouco mais.
Exceções à parte fomos respeitadores dos costumes e tradições de cada povo, amámos e fomos amados, demos, mas também recebemos, sobretudo amor dos povos que era o também o nosso.
Recomeçar não é fácil, sair da zona de conforto pior. Foram tempos de angústia, dor, para muitos, desespero fatal para outros, de ver vidas de trabalho perdidas, de família desagregada, de amigos até hoje nunca encontrados.
Posted on 20/08/2022 at 16:20 in 25 de Abril de 1974, Opinião | Permalink | Comments (0)
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Leia aqui Download ANTIGOS SEMINARISTAS DO ZÓBUÈ
Posted on 15/08/2022 at 17:10 in 25 de Abril de 1974, História, Portugal, Religião - Igrejas | Permalink | Comments (0)
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Passam agora 45 anos dos factos que relato neste livro. Falo de uma experiência que a poucos foi dado viver.
Como membro do MFA, neste caso de Moçambique, tive o privilégio de participar num processo intenso e delicado, acompanhando a transferência da soberania de Portugal para o novo poder moçambicano, assumido pela FRELIMO. Foi uma oportunidade que não quis deixar de viver, quando talvez tivesse sido mais fácil regressar a Portugal e participar num outro processo, também intenso, no meu país.
Não me pareceu, contudo, adequado à minha condição de militar e membro do MFA furtar-me a uma situação que outros meus camaradas assumiam e mesmo iniciavam, ainda enviados de Portugal. O relato que faço tem três níveis de leitura. Julgo que o mais importante é constituído pelos documentos transcritos, cujos originais (ou cópias da época) se encontram, na grande maioria, no meu arquivo que vai ser depo-sitado no Arquivo Histórico Militar.
O segundo nível de leitura remete para a minha memória dos acontecimentos, com tudo o que caracteriza um relato pessoal de factos do passado, pois hão-de encontrar-se lembranças, mas também esquecimentos, com as lacunas que lhe são naturalmente inerentes. O terceiro nível remete para as dúvidas, as interrogações, as incertezas, que eu e o meu amigo João, oficial miliciano, vamos abordando, em conversas informais.
Foi assim que eu vivi o fim do império português da Africa Oriental. Esse regresso da aventura marítima já eu o tinha discutido com o meu avô Artur, no livro "O Meu Avô Africano". Completo-o agora e ponho-lhe um ponto final, enquanto envolvimento pessoal.
Leia aqui um dos capítulos do livro:
Posted on 11/08/2022 at 17:17 in 25 de Abril de 1974, História, Letras e artes - Cultura e Ciência, Portugal | Permalink | Comments (0)
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Posted on 28/07/2022 at 19:13 in 25 de Abril de 1974, História, Letras e artes - Cultura e Ciência, Portugal, África - SADC | Permalink | Comments (0)
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Após o golpe militar de 25 de abril de 1974 iniciaram-se as negociações entre a FRELIMO e o governo português, culminando na assinatura dos Acordos de Lusaca no dia 7 de Setembro de 1974, que previam a transferência total de poder para a FRELIMO, sem eleições, e após um governo de transição de nove meses. Alguns colonos desagradados com esta solução decidiram tomar de assalto o Rádio Clube Moçambique em Lourenço Marques (agora Maputo), proclamando, aos seus microfones, uma outra independência para o território. Recorrendo a uma análise histórica e etnomusicológica das emissões da Rádio Moçambique Livre realizadas entre os dias 7 e 10 de setembro de 1974, este artigo pretende trazer uma nova perspetiva sobre esta insurreição. Analisarei a “construção sonora” desenvolvida durante este golpe, com particular foco no repertório musical usado para simbolizar noções de “revolução” e “independência”, contrapondo-o aos valores políticos promovidos pelos protagonistas do assalto.
Posted on 24/07/2022 at 20:57 in 25 de Abril de 1974, História, Opinião, Portugal | Permalink | Comments (0)
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“Não foi o partido Frelimo que trouxe a independência. Isso que fique claro! Quem trouxe a independência foi o movimento de libertação aglutinador de todos os anti-colonialistas. O partido Frelimo não trouxe a independência, porque quando foi criado já estávamos independentes”.
... "Decorre agora o processo de alienação do Museu da Revolução para que passe a ser património do partido Frelimo: isto é muito grave. Portanto, imaginem-se sem história! Passas a ser um devedor eterno de um partido político. E, por essa via, passa a fazer sentido, na verdade, aquilo que Edson Macuácua (Secretário para a Mobilização e Propaganda do Comité Central do partido Frelimo) diz quando afirma que é um imperativo nacional que a Frelimo permaneça no poder. Para manter essa deturpação da verdadeira história, passa a ser imperativo que o partido Frelimo ganhe as eleições e se mantenha no poder. Não sei se estão a apanhar a lógica de tudo isto? A partir do momento em que nos tornamos devedores de um partido político, sujeitamo-nos a ele e sempre devemos a partir dali consentir com as ditas vitórias. Passa a ser obrigatória a vitória do partido Frelimo." - Egídio Vaz
Leia tudo aqui
Download Quem_trouxe_a_independencia_a_Mocambique_EgidioVaz
PS: Assim era então apresentado Egídio Vaz: "Egídio Vaz é dos poucos historiadores moçambicanos a viver em Moçambique que não está ao serviço do partido Frelimo. É um académico com enorme potencial reconhecido por não se deixar intimidar pelo partido no poder. É um moçambicano jovem, com ideias próprias, conhecido por não se deixar vergar perante as típicas intimidações de quem usa sistematicamente o Estado para excluir os moçambicanos que assumem a sua moçambicanidade sem admitirem ser excluídos pelos seus iguais."
O que terá acontecido para hoje ter alterado o seu comportamento? Seria interessante o Canal de Moçambique confrontá-lo hoje com esta entrevista de 2012.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Posted on 27/06/2022 at 17:36 in 25 de Abril de 1974, História, Opinião, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
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Afirmou o Dr. Hélder Martins de que quando "a Frente de Libertação de Moçambique decidiu pegar em armas para combater o colonialismo português, em 25 de Setembro de 1964, os seus dirigentes e guerrilheiros não estavam convencidos de que iriam vencer em 10 anos".
Assim aconteceu, mas não por uma vitória militar.
Em "Quem Matou Samora Machel", de Álvaro B. Marques (1987) encontramos uma entrevista ao Pe. Miguel Buendia, o homem que levou para o exterior o Relatório do Massacre de Wiriamu.
Leia aqui Download Miguel Buendia Entrevista
Desta entrevista, destaco:
"Estando os nossos companheiros ali, no mês de Abril, apanharam lá o 25. Meses antes, num encontro com Janette Mondlane, em Londres, dizia-nos ela que a luta seria longa, que ainda faltava muito tempo. O próprio Óscar Monteiro também nos afirmara que ainda seriam necessários mais 4 ou 5 anos. Portanto, o 25 de Abril apanha um pouco de surpresa a FRELIMO. "Bem, o que interessa é que as coisas mudam e, então, recebemos a tarefa de dar a conhecer à Frente, agora mais profundamente, por que é que tivemos tanto cuidado com a denúncia dos massacres de Wyriamo e de Mucumbura. "O 25 de Abril gerou confusão e oportunismo. Apareceram grupos que nada fizeram e que, à última da hora, se queriam colocar ao lado da FRELIMO. Era importante dizer ao mundo quem é que lutou e qual era o tipo de projecto. Foi o que fizemos."
E a propósito da Independência recordo:
Por mais de uma pessoa, que de perto privaram com Samora Machel, me foi referido contar este que no 1ª encontro com Mário Soares e, quando este lhe disse que teriam de chegar a acordo para a independência de Moçambique, aquele retorquiu que sim, mas seriam precisos cerca de dez anos num período de transição, pois a FRELIMO não tinha quadros para assumir a governação. "Estamos preparados para continuar a luta, mas para assumir a governação não". A isto respondeu Mário Soares que era "pegar ou largar", pois que não assumiria qualquer responsabilidade pelo que pudesse depois acontecer.
Continue reading "No 1º encontro de Mário Soares e Samora Machel(1974)(Repetição)" »
Posted on 24/06/2022 at 21:13 in 25 de Abril de 1974, História | Permalink | Comments (0)
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RESUMO
O presente artigo pretende mostrar o processo de africanização das Forças Armadas Portuguesas (FAP) e as suas forças auxiliares em Moçambique. Como uma estratégia portuguesa, buscou diminuir recursos humanos oriundos da metrópole
para conseguir respostas mais efetivas aos movimentos guerrilheiros pró-independência. Inicialmente, as tropas portuguesas em conflito eram compostadas, maioritariamente, por soldados recrutados na metrópole, esses soldados, em grande maioria, cumpriam uma comissão militar de cinco anos*; na medida em que a guerra foi avançando no terreno, o regime do Estado Novo passou a incorporar os africanos nessa instituição militar.
Leia aqui Download AS_ESTRATEGIAS_PORTUGUESAS_DE_GUERRA_COL
NOTA: Pena foi que a africanização das Forças Portugueses fosse tímida, apesar de em 1974 já representarem mais de 50% dos efectivos militares. Antes do início da guerra, Moçambique só tinha tropas do recrutamento local enquadrados por oficiais oriundos da metrópole.
Posted on 05/05/2022 at 11:55 in 25 de Abril de 1974, História, Letras e artes - Cultura e Ciência, Portugal | Permalink | Comments (0)
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Por António Duarte Justo
Tudo indica que Revoluções e Golpes de Estado obedecem a Ordens superiores e os Media compõem o resto
Segundo o livro que abaixo cito e me surpreende, o 25 de Abril foi bem preparado num Portugal subsidiado e subornado pelo estrangeiro! O projecto do general Spínola foi internacionalmente aprovado pelo grupo dos “Bilderbergers” (1) e pela OTAN. Guerras e revoluções precisam de alguns “revolucionários”, mas são preparadas por grandes grupos internacionais que têm interesses e planos a longo prazo sobre o desenvolvimento da História nas diferentes regiões. O golpe de estado do 25 de Abril de 1974 não terá fugido a este destino, tal como se deu com a instituição da República Portuguesa em 1910 que se ficou a dever à acção e colaboração dos irmãos internacionais maçónicos e ao facto de Portugal constituir uma ameaça para o comércio da Inglaterra (2).
A revolução do 25 de Abril teve a intervenção estrangeira tal como as revoltas nas possessões ultramarinas onde se encontravam os militares de Cuba ao lado dos insurgentes em Angola e a União Soviética com a distribuição de armas aos revolucionários em Angola, Guiné e Moçambique; os revolucionários e grupos de apoio foram apoiadas pela ONU que estabeleceu sanções contra Portugal; além disso a Grande Loja maçónica de França, mostrava-se satisfeita com o que estava a acontecer em Portugal, no seu dizer, “terra de profunda tradição maçónica”.
No livro “Irmãos da Sombra” – Tentativa de uma análise de fundo da política mundial, Heinz Pfeifer, mostra alguns lados um pouco escondidos do 25 de Abril! Passo a fazer algumas citações:
“A intervenção dos “Bilderbergers” na política europeia foi demonstrada na reestruturação democrática de Portugal em 1974… Spínola conduziu o seu golpe como se estivesse a planear uma operação militar. Foi um golpe de Estado educado. Um dos primeiros homens a quem contou em confidência foi Joseph M. A. Luns, Secretário-geral da OTAN. O Luns examinou os seus planos, e o comando naval da OTAN foi, a partir daí, mantido informado. Luns, por sua vez, informou o Príncipe Bernhard, e foi convocada uma reunião Bilderberg em Mégève, França, para 19-21 de abril para preparar a nova situação que iria criar uma mudança de governo em Lisboa. Com o apoio de Luns e Bilderbergers, Spinola deu então os seus próximos passos. Embora já não estivesse ele próprio ao serviço, tinha tomado a precaução de manter as suas ligações com os generais. A 29 de Março de 1974, uma quinzena depois de ter sido dispensado do seu comando por causa do seu livro, pôs os seus apalpões a amigos em Madrid, Bruxelas, Brasil, Cidade do Cabo e Haia. “Que pensa de uma solução como a que esbocei no meu livro?” pergunta ele. (Uma Comunidade Lusitana de Territórios Portugueses.) Na terça-feira 24 de Abril de 1974, unidades navais alemãs, americanas, francesas e britânicas ancoram perto de Lisboa, à vista da costa portuguesa. Os navios de guerra portugueses aguardavam ali as manobras conjuntas da NATO planeadas, cujo início tinha sido marcado para as horas da manhã do dia 26. O país estava assim protegido contra visitantes indesejáveis do Oriente, enquanto Spínola tinha recebido luz verde para o seu projecto. Ao mesmo tempo, o governo de Caetano estava sob pressão devido a esta acumulação naval. Outra questão é se o comandante da OTAN para a Europa, General Andrew J. Goodpaster, sabia do enredo quando participou na reunião de Bilderberg quatro. Goodpaster soube do enredo quando participou na reunião de Bilderberg em Mégève quatro dias antes. Foi oficialmente inscrito na lista de visitantes, não como „americano “, mas como “internacional”. Quanto foi Nelson Rockefeller e Helmut Sonnenfeld, o notório conselheiro pró-Rússia do Departamento de Estado, informados por Luns e pelo Príncipe Bernhard sobre a reviravolta iminente? (3)”
Posted on 26/04/2022 at 19:55 in 25 de Abril de 1974, Portugal | Permalink | Comments (0)
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"Querem vencer o Vietname, senhores? Dêem-me 8000 soldados desta gente, e ainda este ano o comunismo cai nas terras da Indochina.”
“Eu vi corpos de tropas mais numerosos, batalhas mais disputadas, mas nunca vi, em nenhuma parte, homens mais valentes, nem soldados mais brilhantes que os do exército português, em cujas fileiras vi desprezar o perigo e combater dignamente pela causa sagrada dum Império condenado.
Quantas vezes fui tentado a patentear ao mundo os feitos assombrosos que vi realizar por essa viril e destemida gente portuguesa, que sustenta, há mais de dez anos em três frentes de guerra, contra uma poderosa força oculta, a mais encarniçada e gloriosa luta.
Aqueles homens que desconheciam os efeitos de uma bomba H ou o simples apoio dos helicópteros, provêm de terras desde as montanhas às planícies, cada um com seu conto pessoal e motivação para ali, a 10000 km de casa, irem defender os ideais de uma nação há muito esquecida numa Europa dividida.
Tentado fiquei, pois, a dizer que nessa mesma Europa existiam três verdadeiros poderes, cada qual com a sua sombra no Mundo: - A Europa Americana, a Europa Russa, e Portugal.
E é essa raia de gente a quem se pede tanto por tão pouco que, com meios tão escassos e de modos bem simples, carregando na alma a sombra do Império Português, não precisavam do sabor da Coca-Cola, da experiência da droga ou de cultura hippie para combater.
Simplesmente faziam-no, e não abandonavam as armas por uma causa errada, mas defendiam-na não só pela gente lá de casa, mas pela casa lá da gente.
De Portugal, o canteiro mais velho da Europa, vi frutos verdes ou maduros a lutarem lado a lado com igual coragem, como se o combate fosse o ganha pão dessa gente.
Querem vencer o Vietname, senhores? Dêem-me 8000 desta gente, e ainda este ano o comunismo cai nas terras da Indochina.”
General William C. Westmoreland, em relatório ao Congresso dos EUA após a visita ao Quartel-General Português de Nampula, em Moçambique, 1971
NOTA: Para simplesmente recordar...
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Posted on 19/01/2022 at 11:36 in 25 de Abril de 1974, História, Opinião, Portugal | Permalink | Comments (0)
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Download Diário de Notícias(Lisboa) 29.09.2021
Destaque:
- Colonialismo Comandos africanos nas Forças Armadas Portuguesas.
Histórias de abandono e traição(Pág. 08)
Posted on 29/09/2021 at 13:47 in 25 de Abril de 1974, História, Portugal | Permalink | Comments (0)
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Download Nascer do Sol 780 07.08.2021
Destaque:
Posted on 08/08/2021 at 11:48 in 25 de Abril de 1974, Informação - Imprensa, Portugal | Permalink | Comments (0)
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Posted on 31/05/2021 at 18:43 in 25 de Abril de 1974, Angola - Cabinda | Permalink | Comments (0)
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Tom Gallagher pega no homem e na obra com a serenidade, o equilíbrio e a distância de que talvez só um estrangeiro seja capaz.
Chama-se Salazar – O Ditador que se recusa a morrer, é de Tom Gallagher, historiador inglês e professor na Universidade de Bradford, e vem juntar-se às muitas dezenas de livros que foram sendo publicados no meio século decorrido desde a morte do “ditador que se recusa a morrer”, em 27 de Julho de 1970.
Longe das diatribes rancorosas ou ditirambos nativos, Gallagher pega no homem e na obra com a serenidade, o equilíbrio e a distância de que talvez só um estrangeiro seja capaz e escreve uma biografia que, para nós, ainda contemporâneos da história, não trará muitas novidades, mas que ganha actualidade e relevância pelo momento da Europa e do mundo em que é escrita.
Não se trata de saudosismo deslocado, de um “Mandai chamar Salazar” para realizar o sonho dos nossos também já ultrapassados taxistas, mas da importância de revisitar um protagonista moldado por circunstâncias históricas diferentes mas próximas de escolhas e recusas relevantes para os tempos que agora vivemos.
Salazar e os “populistas”
Conversei com Gallagher, quando por cá andou em trabalho de investigação. E o que achei interessante no seu projecto foi, precisamente, o facto de partir da actualidade – das novas e velhas direitas políticas, das radicais às conservadoras. E de ver nas marcas populistas, de massas identitárias, das actuais “direitas radicais” paralelos com os movimentos fascistas do tempo de Salazar. E também diferenças.
É que, ao contrário dos autoritarismos conservadores e do fascismo, as “novas direitas” populares não apresentam uma alternativa à democracia e à soberania popular, mas trazem implicitamente, pela adesão das pessoas comuns, uma radicalidade que vai assustando, com razão ou sem ela, a classe política e intelectual do “sistema”. Um sistema que inclui a “direita sistémica” – os conservadores, os liberais, os democratas cristãos –, que se terá deixado confinar nalgum elitismo.
O que Tom Gallagher vê no regime de Salazar é uma solução encontrada nos anos 30 e prolongada e adaptada até ao final dos anos 60. E a solução salazarista para a crise situa-se algures entre o que então eram os movimentos fascistas e os seus partidos revolucionários, inspirados numa ideologia totalitária e estatocrática, e as direitas clássicas, oligárquicas, que estavam a ficar fora da História.
Hoje, a generalidade dos partidos ditos populistas é firmemente partidária de eleições, da soberania e do voto popular. Bem pelo contrário, é das elites ditas progressistas, globalizantes e globalizadas, que surgem reservas à vontade popular e soam gritos de alarme sobre os perigos da “democracia iliberal” que, eleita pelo povo, governa em Budapeste e Varsóvia. E logo na introdução, Gallagher tem o cuidado de assinalar esta contradição:
“Salazar opunha-se a partidos de qualquer espécie, argumentando que eram falsos arautos do progresso. Preferia, em vez disso, investir as suas esperanças em elites que garantiriam um governo impessoal dedicado à causa nacional. Paradoxalmente, a desconfiança de Salazar nas suas elites, a sua crença no governo dos especialistas e a sua disposição a patrocinar a censura a fim de controlar o livre fluxo das ideias gozam agora de maior favor entre os globalistas da esquerda que entre os nacionalistas da direita.”
Um Português pessimista
Tudo acaba também por depender do tempo circunstanciado: o liberalismo entrou em Portugal com a brutalidade das tropas napoleónicas; mas foi retomado como reacção nacionalista e protagonizado à esquerda pelos magistrados do Sinédrio portuense que reagiam contra a governação de Dom João VI a partir do Brasil e a sujeição aos ingleses de Beresford.
Liberalismo que triunfou na Guerra Civil, também pela incapacidade estratégica dos comandos militares miguelistas que, estando embora em superioridade numérica, se mostraram incapazes de tomar o Porto. E o liberalismo vitorioso governou no século XIX, deixando uma crítica amarga no exílio interior de Herculano, no pessimismo de Oliveira Martins (contado no Portugal Contemporâneo), na novela camiliana e na sátira de Eça de Queirós. Só com o bipartidarismo ordeiro da Regeneração – uma construção política de Fontes Pereira de Melo, que, como observou Borges de Macedo, era mais que um tecnocrata – conseguiu-se equilibrar o liberalismo português com algum progresso e fomento industriais e de obras públicas.
Mas este rotativismo liberal não durou muito. Acabou com o agudizar da conflitualidade e com a crise do Ultimato, que os republicanos usaram para uma campanha nacionalista contra a Dinastia, que, segundo eles, não defendia as colónias ou o Império. Fragmentação partidária, violência, solução kaiseriana com João Franco, regicídio, República, a tal “balbúrdia sanguinolenta”, em que os Democráticos, primeiro com Afonso Costa e depois com António Maria da Silva, governaram em quase ditadura, manipulando as urnas e a rua.
Não resisto a citar as palavras com que Maria de Fátima Bonifácio terminou a sua comunicação de abertura no colóquio do MEL, na terça-feira passada:
“A República não foi propriamente um regime, foi um estado de coisas engenhado para manter o poder do Sr. Afonso Costa. Depois de um século liberal desgraçado; depois de uma República em permanente revolução ou turbulência, Fernando Pessoa explica por que motivo o País estava a pedir um Salazar: ‘Depois dos Afonsos Costas, dos Cunhas Leais, de toda a eloquência parlamentar sem ontem nem amanhã na inteligência nem na vontade, a sua [de Salazar] simplicidade dura e fria pareceu qualquer coisa de bronze e de fundamental’.”
Pessoa apanhou a essência da crise nacional e da solução encontrada para a crise. O esgotamento das oligarquias, ou das falsas elites, manipuladoras do regime liberal democrático e o vazio programático das espadas dos capitães e tenentes de Maio traziam para o poder o tecnocrata das Finanças, que assim se tornava redentor da pátria e até salvador da República.
Não tão inocentemente como contariam depois as lendas oficiais: Salazar vira que o poder estava nas baixas patentes militares e era para elas que pregava, mesmo que discretamente, em artigos de jornal e conferências.
Fascismo, Ideologia e Regime
Entre outros enigmas e discussões, Salazar e o Estado Novo desencadeiam inevitavelmente o mais clássico: Qual a natureza do seu Regime – Fascista? Não-fascista? Autoritário-conservador? Nacionalista-autoritário e conservador? É uma discussão que tem quase cem anos, até porque, quando o Estado Novo chegou, o fascismo já existia desde 1919 e estava no poder desde 1922.
Com o fascismo-ideologia ou com o fascismo-movimento, o regime de Salazar não tinha quase nada em comum, tirando, pela positiva, o nacionalismo e, pela negativa, o antiparlamentarismo e anticomunismo. De resto, o fascismo era um movimento nietzschiano, revolucionário, partidocrático, que queria até construir “um homem novo”, o “homem fascista”, índole e programa que estavam nos antípodas de Salazar e do salazarismo. Mas Manuel de Lucena abriu aqui uma alínea subtil: certamente que o salazarismo não teria quase nada que ver com o fascismo como ideologia, como movimento; mas não se aproximaria Salazar do fascismo-regime? E lembrava que Mussolini, ao pactuar e negociar com as direitas conservadoras, com a monarquia, com o Exército, com a Indústria, com o Vaticano, acabara por implantar um regime que se afastava do programa fascista inicial – nacionalista revolucionário, socialista, anticlerical, pró-Reforma Agrária (tudo parte projecto dos Fasci de Combattimento). E é pelas cedências de Mussolini, pela aproximação pragmática do Duce aos conservadores, aos católicos, aos militares que, Salazar, o conservador, o católico, o chefe de um regime que resultara de um pacto com o exército da Ditadura Militar, se aproximava do regime fascista. Do regime e não do movimento.
Poderá então concluir-se que, por negociar o poder cedendo na pureza ideológica e na integridade do projecto, o regime fascista de Mussolini nunca terá sido fascista? E que nunca terão sido comunistas o comunismo soviético de Estaline ou de Kruschev? Talvez. Mao tentaria não ceder na pureza ideológica, causando grandes desastres, mas os seus sucessores acabariam por fazer o capitalismo de direcção central para tirar a China da menoridade das potências e o povo da miséria.
O Estado Novo foi, ideologicamente, um regime nacional-autoritário, inspirado pelo conservadorismo nacionalista e pelo catolicismo social. Salazar não era um compendiador de teorias nem um receptáculo de influências doutrinárias: era um realista pragmático, que governava muito em função de evitar o que, na experiência de um século de liberalismo partidário, achava serem os vícios do sistema e das instituições. Daí a importância dos antis – anti-partidarismo, anti-comunismo, desconfiança das grandes ideologias humanitárias e internacionalistas.
E depois, uma construção pela solução de problemas: finanças em primeiro lugar, obras públicas, combate ao analfabetismo, arranque industrial nos anos 50 e persistência de um ruralismo encorajado e valorizado, não pelo “provincianismo” de que o acusam os provincianos, mas por ver no campo a reserva estratégica dos sentimentos conservadores e patrióticos do povo.
Gallagher estudou Salazar sem apologias nostálgicas, valorizando o seu percurso e as suas escolhas mas sem ver nele, como muitos conservadores europeus, o convencional “Sábio do Ocidente”. E percorre os anos do regime, relatando com serenidade e objectividade as grandes etapas: a restauração das Finanças, a condução da diplomacia na década dos conflitos – guerra de Espanha e Segunda Guerra Mundial –, a adaptação ao mundo da Guerra Fria, o arranque desenvolvimentista, a defesa do Império no mundo pós-imperial dos impérios invisíveis.
É uma biografia séria, escrupulosa, bem escrita, sem apologias mas também sem rancores, feita com uma objectividade de entomologista que se aproxima de uma cultura, de um povo e de uma figura estranhos e singulares. E hoje mais singular ainda, pelo contraste dos seus valores, princípios e estilo com os dos que vieram a suceder-lhe.
A tradução, impecável como sempre, é do Miguel Freitas da Costa.
Salazar – O Ditador que se Recusa a Morrer
Tom Gallagher
Publicações Dom Quixote
Data de edição: Maio de 2021
OBSERVADOR - 28.05.2021
Posted on 28/05/2021 at 17:53 in 25 de Abril de 1974, História, Letras e artes - Cultura e Ciência | Permalink | Comments (0)
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Posted on 02/04/2021 at 18:33 in 25 de Abril de 1974, Angola - Cabinda, Opinião, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
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ENQUADRAMENTO GEOPOLÍTICO
O MUNDO APÓS A II GUERRA MUNDIAL
“Não deixeis que ninguém toque no território nacional. Conservar intactos na posse da nação os territórios de além-mar é o vosso principal dever. Não ceder, vender ou trocar ou por qualquer forma alienar a menor parcela de território, tem de ser sempre o vosso mandamento fundamental. Se alguém passar ao vosso lado e vos segredar palavras de desânimo, procurando convencer-vos de que não podemos manter tão grande império, expulsai-o do convívio da Nação” Norton de Matos (“Exortação aos novos de Portugal”, 1953)
No fim da guerra Portugal era um país mais coeso e próspero do que no início da mesma e não perdera nada de seu. Apenas Timor tinha sido invadido e ocupado, primeiro por holandeses e australianos e, depois, por japoneses. Virtuosismo diplomático e firme determinação do governo português, de então, fê-lo retornar à nossa soberania plena, em 29 de Setembro de 1945, quando uma força militar portuguesa ali desembarcou, ida de Moçambique.
Leia aqui Download O ATAQUE A ANGOLA 15.03.1961
PS: Não deixe de ver mais em sanguecapim (macua.org)
Posted on 14/03/2021 at 11:08 in 25 de Abril de 1974, Angola - Cabinda, História, Portugal | Permalink | Comments (0)
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Nenhum povo pode viver em harmonia consigo mesmo sem uma imagem positiva de si. EDUARDO LOURENÇO
Neste último mês de Fevereiro, teve lugar nos media um inflamado debate sobre a nossa memória colonial e de repúdio do colonialismo, quase sempre por iniciativa de personalidades que se consideram progressistas e ‘de esquerda’.
Seguiram-se as réplicas dos seus émulos ‘de direita’ e, com alguma paciência e de forma mais recatada, as daqueles que procuram respeitar a verdade histórica e o sentido cultural de nação.
No caso em apreço, a nem sempre serena ofensiva anticolonialista aproveitou-se do falecimento do tenente-coronel Marcelino da Mata e das homenagens fúnebres que lhe foram conferidas para verberar, uma vez mais, a memória da guerra colonial.
Nesta onda, não faltou quem não tenha hesitado em contaminar com idêntica censura a epopeia dos Descobrimentos marítimos, como se Salazar tivesse sido o grande mentor do infante D. Henrique. Isto é, há quem considere que, mesmo no contexto pré-colonial da epopeia marítima, não se justifica qualquer tipo de orgulho nacional e que quem é ‘de esquerda’ e progressista deve rejeitar liminarmente essa emoção aprovadora, sentimento unicamente próprio de colonialistas e de saudosistas do salazarismo.
Pouco importa que Jaime Cortesão, opositor da ditadura desde a revolta de 3 de Fevereiro de 1927, tenha exaltado os descobrimentos portugueses quando referiu que “com o advento das navegações portuguesas o homem vai pela primeira vez conhecer os lineamentos gerais e a grandeza do planeta que habita”.
1 - O mesmo se poderia dizer da figura de Norton de Matos, assumido colonialista e, simultaneamente, adversário do Estado Novo. De resto, era tão arreigado o sentimento colonial da República derrubada pelo golpe de 28 de Maio de 1926 que o Estado Novo se sentiu ‘obrigado’ a manter essa linha.
O mesmo sucederia perante o movimento descolonizador que se seguiu ao termo da 2.ª Guerra Mundial, porque a oposição democrática portuguesa tardou a mudar de opinião, acabando por colocar Salazar perante a necessidade de conservar as colónias para se manter no poder.
Se, na segunda metade da década de 1950, Salazar tivesse desejado seguir o exemplo das outras potências coloniais, o regime cairia. A verdade é que a afeição de Salazar pelos territórios ultramarinos pode ser medida pelo facto de nunca se ter dignado visitar as terras que nos haviam legado os nossos maiores.
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Posted on 12/03/2021 at 13:08 in 25 de Abril de 1974, História, Portugal | Permalink | Comments (0)
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Os 25 anos sobre a amnistia. O olhar do filho de uma das vítimas mortais do grupo terrorista FP-25
Passam esta segunda-feira(01.03.2021) 25 anos sobre a aprovação da amnistia aos condenados no caso das Forças Populares 25 de Abril (FP-25 de Abril), que operaram de 1980 a 1987.
A organização terrorista de extema esquerda surgiu nos anos 80 e foi apontada como responsável pela morte de 17 pessoas. Entre elas, Gaspar Castelo-Branco, alto funcionário do Estado, diretor-geral dos serviços prisionais, assassinado à porta de casa, em 1986.
O filho, Manuel Castelo-Branco, com 17 anos quando o pai morreu, foi esta segunda-feira convidado da Edição da Noite da SIC Notícias.
Posted on 04/03/2021 at 17:09 in 25 de Abril de 1974, Portugal | Permalink | Comments (0)
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PALAVRAS PRÉVIAS
Após termos concluído em 1988 o Mestrado em «História dos Séculos XIX e XX», pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa sobre a temática das relações de Moçambique com os territórios limítrofes, no período entre as duas Guerras Mundiais1, surgiu a ideia de abordarmos novamente a problemática colonial para um trabalho mais profundo, fruto da experiência acumulada nessa investigação, depois de uma vivência de mais de duas décadas nas antigas colónias de Angola e Moçambique. Aliada a esta vivência, estivera também o facto de possuirmos uma razoável biblioteca sobre temática ultramarina, motivo que viria a constituir um bom incentivo para nos abalançarmos num projecto académico tão exaustivo e complexo. O contacto com o Professor Luís Reis Torgal, nos finais da década de oitenta, e as reflexões posteriormente levadas a efeito sobre a questão imperial no contexto do Estado Novo, conjugadas com o interesse em desenvolver uma linha de pesquisa sobre os aspectos ideológicos desse regime autoritário, levaram-nos a solicitar a este docente para que nos orientasse neste trabalho, cuja temática é importante para a compreensão do papel desempenhado pelas colónias na sociedade portuguesa contemporânea.
Posted on 04/03/2021 at 16:43 in 25 de Abril de 1974, História, Letras e artes - Cultura e Ciência | Permalink | Comments (0)
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Posted on 03/03/2021 at 13:20 in 25 de Abril de 1974, Portugal | Permalink | Comments (0)
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Hugo Gonçalves
"Não faz muita diferença quem tu és, nem quanto tempo treinaste, nem se és muito duro. Quando estás no lugar errado, à hora errada, vais apanhar."
Em A Barreira Invisível, de Terrence Malick
Durante a guerra pisou uma mina. “Nem ouvi o barulho.” Havia trovões e chuva. O capim era alto. Uma emboscada. Os inimigos iniciaram os disparos após a explosão. “Tinha um buraco na minha perna. Via o osso. Rasguei o camuflado, apertei para não sair mais sangue. Continuei a fazer fogo. Fui evacuado uma hora depois.”
Na segunda vez que foi ferido, Sadjo Camara, nascido na Guiné, comando português, entrou no helicóptero e uma bala perfurou-lhe uma nádega.
Houve ainda um terceiro ferimento. “Era o comandante de grupo e, por isso, o primeiro a saltar do helicóptero – saltávamos de muito alto. Fui logo atingido.” Uma bala que lhe entrou de lado, acima da cintura, e que fugiu pelo outro. “Nem sabia onde estava. Lembro-me da enfermeira. Tiveram de coser-me as tripas.”
Leia em
Download e_depois_do_adeusguine.doc
REVISTA ATLÂNTICO - JUNHO DE 2005
PS: Recordando a propósito da morte de Marcelino da Mata
Posted on 03/03/2021 at 12:14 in 25 de Abril de 1974, Guiné - Bissau, Portugal | Permalink | Comments (0)
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Canal de Correspondência por Adelino Serras Pires
A propósito de termos referido, na nossa edição de segunda-feira última, 25 de Julho de 2011, que no livro «Moçambique 1974: O Fim do Império e o Nascimento da Nação», de Fernando Amado Couto, recentemente publicado em Maputo, consta que a FRELIMO assumiu ser responsável pela morte, durante a Luta de Libertação Nacional, em 1973, na operação contra passageiros de avião civil, na cotada de Nhamacala, do Dr. Angel Garabaizal, médico de Francisco Franco, chefe da ditadura franquista, recebemos de Adelino Serras Pires, presentemente a residir na África do Sul, uma carta que passamos a reproduzir na íntegra.
O autor da carta que nos foi enviada, o caçador-guia Adelino Serras Pires, na altura era administrador da SAFRIQUE, proprietária da cotada onde se deu a ocorrência.
Leia na íntegra a carta por nós recebida:
“Ex.mo Senhor Director do Canalmoz
Na edição do dia 25 de Julho do corrente, o jornal que V. Exa dirige faz referência a um livro de publicação recente, no qual vem citado um comunicado de guerra da Frelimo a reclamar responsabilidade pelo ataque contra o acampamento turístico de Nhamacala, ocorrido em 1973. O que o livro relata contém uma série de imprecisões merecedoras dos seguintes reparos:
No dia do ataque, em que morreu o médico de nacionalidade espanhola, dr. Angel Garabaizal, não havia qualquer soldado quer na pista, quer no acampamento de Nhamacala. O acampamento não tinha qualquer função militar, constituindo apenas um meio de promoção do turismo de Moçambique além-fronteiras e de criação de postos de trabalho.
Após a aterragem da avioneta civil na pista de Nhamacala, o primeiro a sair foi o dr. Angel Garabaizal e quando se preparava para fotografar os restantes passageiros a descer da aeronave, foi mortalmente atingido no coração durante uma rajada disparada a partir das bermas da pista, envoltas em capim, a uns escassos 50 metros de distância.
A flagelação feriu ainda dois outros civis, igualmente de nacionalidade espanhola.
O avião foi atingido, mas não ficou destruído, e nem sequer registou-se qualquer incêndio. O piloto e um mecânico dias depois levaram o avião de regresso à Beira.
O caçador-guia da Safrique, de nome Monteiro, respondeu ao ataque, disparando em direcção dos atacantes, pondo-os em fuga.
O comunicado de guerra a que o livro alude confirma que a Frelimo estava ciente de que o alvo que atacou era civil, pois vai ao pormenor de justificar o atentado como forma de “criar contradições do inimigo no seio dos seus amigos”. Torna-se, assim, evidente de que se tratou de um acto premeditado, que teve como consequência a morte de um civil e ferimentos em outros dois.
Estou em crer que os familiares do dr. Angel Garabaizal, perante os factos agora revelados em livro, indicando acto friamente premeditado, agirão da forma que acharem mais conveniente, em salvaguarda dos seus legítimos direitos.
Com a morte de seres humanos, quaisquer que sejam as circunstâncias, não se ironiza, nem mesmo quando se pretende romantizar, perante os leitores, actos abomináveis como o ocorrido em Nhamacala há 38 anos.
Atentamente,
Adelino Serras Pires
Waterkloof, África do Sul, 26 de Julho de 2011”
CANALMOZ – 27.07.20211
Veja mais aqui
Leia aqui o Comunicado de Guerra a que alude a notícia:
Posted on 27/02/2021 at 16:26 in 25 de Abril de 1974, Ambiente - Ecologia - Calamidades, História, Turismo - Parques Caça - Aviação | Permalink | Comments (0)
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ARQUIVO é uma publicação do Arquivo Histórico de Moçambique, editada em Maputo (Moçambique). Dedica parte da edição de Outubro de 1993 ao massacre de Mueda, publicando algumas entrevistas com pessoas que (afirmam) estiveram nos acontecimentos, e com apresentação de Yussuf Adam e Hilário Alumasse Dyuti.
Entre essas pessoas estava JACINTO OMAR da Aldeia de Muatide, Mueda, Cabo Delgado (10 de Julho de 1981) que declarou:
Quando os portugueses efectuaram o massacre de Mueda eu pessoalmente assisti. Nessa reunião estiveram todas as populações de toda a região. Estiveram ern Mueda velhos, mulheres e nós, jovens, que seguíamos os nossos pais. Quando começaram os disparos eu presenciei e tive que fugir. Corri até casa. Chegado a casa quis voltar de novo para Mueda mas os velhos disseram que não devia. Falaram comigo alguns velhos que também tinham estado em Mueda. Os velhos sabiam da perda de vidas em Mueda.
Depois disso, os velhos que haviam escapado ao massacre de Mueda, e mesmo aqueles que não tinham ido a Mueda, decidiram fazer várias notas e confiaram em mim para as levar para Dar-es-Salaam Tanzania). Os velhos disseram que tinham confiança em mim por eu ser esperto. E disseram também que comigo era possível fazer chegar as notas ao destino na Tanzania. Na Tanzania, cheguei primeiro a Lindi, onde deixei a primeira nota. Depois fui para Dar-es-Salaam deixar outra nota e finalmente fui para Tanga deixar a última nota. Quando eu passava as pessoas perguntavam sobre o massacre de Mueda e eu explicava. Depois disso regressei de novo para aqui. Logo a seguir ao meu regresso apareceu o senhor Ntwahumu que veio revistar as minhas malas, que continham roupa.
Ele estava a suspeitar que eu tivesse cartões da Frelimo. Na verdade eu tinha os cartões só que ele não os conseguiu localizar. A partir daí os velhos tiveram mais confiança na minha pessoa, por ver que o senhor Ntwahumu não conseguiu saber onde se encontravam os cartões da Frelimo. Os velhos diziam que eu era esperto demais e decidiram que eu fosse regularmente à Tanzania apresentar aos dirigentes os problemas que afectavam a vida de Moçambique. Portanto, os velhos depositaram toda a confiança em mim.
NOTA:
O sublinhado a vermelho é meu. A palavra FRELIMO nem sequer existia e só foi criada cerca de dois anos depois. Como é que já havia quem vendesse cartões da FRELIMO logo após o “Massacre de Mueda”? Mas é assim que os “historiadores” estão a escrever a História de Moçambique. A verticalidade custa caro e é feita de sacrifícios. E a sobrevivência fala mais alto...
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Posted on 27/02/2021 at 14:10 in 25 de Abril de 1974, História, Massacre Mueda - 16.06.1960, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
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