Tem sido inusitado o esforço de Sérgio Vieira para reescrever a história. Nesse esforço, enquadra-se a tentativa grosseira de implicar o Reverendo Uria Simango no assassinato do primeiro presidente da Frelimo, Eduardo Mondlane. Torna-se claro que estamos perante uma forma de justificar um outro assassinato político, o de Uria Simango.
Hoje, Sérgio Vieira repete em artigos de opinião e em entrevistas que a encomenda bomba foi enviada por Jorge Jardim e Orlando Cristina da Beira para o Malawi e aqui transferida para as mãos de um padre belga, conhecido pela sua oposição ao regime colonial português, clérigo esse que depois a teria transportado para território tanzaniano onde foi finalmente entregue a Simango e Silvério Nungu.
Mas anos antes, a própria Frelimo contava uma versão diferente, apoiada nas constatações da Polícia de Investigação Criminal tanzaniana. Eis o que vem escrito no boletim da Frelimo, «Voz da Revolução», publicado pelo Departamento de Informação e Propaganda da Frelimo em Dar-es-Salaam, cidade onde ocorreu o crime:
“No decurso das investigações, a Polícia de Investigação Criminal da Tanzania descobriu que dentro desse livro estava uma bomba, posta de maneira a explodir quando o livro fosse aberto. O livro foi enviado para o Presidente de um país da Europa.”
Que livro foi enviado, se este explodiu?
Não é feita qualquer referência a um país africano.
Mais à frente diz-se que “Como mais uma prova, basta referir que poucos dias depois, um outro camarada nosso, membro do Comité Central e Secretário do Departamento Político, Camarada Marcelino dos Santos, recebeu também um livro com uma bomba dentro. Felizmente esse camarada não abriu o livro: como conhecêssemos já as circunstâncias da morte do camarada Presidente, enviámos o livro à polícia antes de o abrir. E, usando técnicas apropriadas, a polícia pôde verificar que, de facto, havia uma bomba dentro desse segundo livro.”
Não foram divulgados quaisquer pormenores sobre este 2º livro, como origem e composição dos elementos constitutivos da bomba. Iguais à primeira ou diferentes? As pilhas também foram da Casa Pffaf ou não? E é claro que ninguém iria abrir tal livro. Não tinha impressões digitais? Quem o possui ?
Assim parecem ser diferentes as origens dos dois livros, bem como a finalidade do seu envio, contrariamente ao que se afirma.
Quando se saberá a VERDADE?
Veja aqui a edição nº 8 da VOZ DA REVOLUÇÃO da Frelimo:
Download Frelimo_Voz da Revolução nº 8
Vejam mais em http://blog.macua.us/moambique_para_todos/morte_eduardo_mondlane_03021969/
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