Durante as cerimónias centrais do 7 de Setembro em Tete
O presidente da República, Filipe Nyusi, que orientou na segunda-feira, na cidade de
Tete, as cerimónias centrais do 7 de Setembro, que marcam os 41 anos da assinatura dos Acordos de Lusaka, na Zâmbia, em 1974, acusou a Renamo, que nos últimos dias vem pressionando o Governo com diferentes acções políticas e militares.
Numa alusão clara à Renamo, que anunciou a sua intenção de ver revista a Constituição da República, Filipe Nyusi acusou a Renamo de querer dividir o país.
“Hoje, ainda há quem precisa que expliquemos o significado e o alcance profundo dos limites nacionais”, disse o Presidente da República, acrescentando que “há moçambicanos que ainda pensam num país retaliado, esquartejado como um ser vivo, sem alguns dos seus membros e órgãos vitais”.
Nyusi, que ocupou a maior parte do seu discurso em comício popular fazer acusações à Renamo, voltou a anunciar a prontidão das Forças de Defesa e Segurança para fazer face a qualquer eventualidade de ameaça à paz e à Independência Nacional.
“Queremos sossegar-vos, caros combatentes, que a nova geração das Forças de Defesa e Segurança está atenta para defender a nossa Independência”, disse o Presidente da República à população que esteve presente no campo do Desportivo de Tete, local onde decorreu o comício.
Presentes no evento, que mais uma vez foi marcado pelo seu cariz partidário, estiveram, idos de Maputo, Fernando Faustino, secretário-geral da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional, Sérgio Vieira, António Hama Thai e Mateus Kidha.
A maior parte das pessoas abordadas no local centrou as suas intervenções na questão da paz, que, no seu entender, deve ser a prioridade do Presidente da República.
Ausência da Renamo
A Renamo não esteve presente nas cerimónias centrais do dia 7 de Setembro em Tete. O “Canalmoz” contactou, na tarde do mesmo dia, o delegado político provincial deste partido, que confirmou a ausência, que justificou por ter sido excluído da cerimónia pela Frelimo.
“Não recebemos o convite, até hoje, 7 de Setembro. O povo, já percebeu que o presidente Nyusi fala, aqui fora, de inclusão e, na prática, promove a exclusão”, disse Félix Assomati, delegado político da Renamo em Tete.
O delegado político do Movimento Democrático de Moçambique em Tete, Celestino Bento, também se queixou de este partido ter sido excluído das cerimónias centrais do 7 de Setembro, tendo dito que não foi contactado para estar presente.
“Fomos excluídos, e isso não nos surpreende. O regime sempre o fez”, disse Celestino Bento. (José Pantie)
CANALMOZ – 08.09.2015
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