Moçambique/07 Set: A Base do Galo que resistiu na Mafalala
Luís Andrade de Sá (Texto) e Amândio Vilanculo (Fotos), da Agência Lusa
Maputo, 05 Set (Lusa) - Trinta anos depois, a Base do Galo nada diz aos
jovens que levantam halteres numa casa da Mafalala, o bairro onde nasceu
Eusébio e viveram o poeta José Craveirinha e a atleta moçambicana Maria de
Lurdes Mutola.
Nessa casa modesta, na zona que divide a "cidade do caniço" da "cidade do
cimento", simpatizantes da FRELIMO montaram o quartel-general da resistência
ao Movimento Moçambique Livre, a revolta branca contra a independência
lançada a 07 de Setembro de 1974, quando foi acordada a descolonização de
Moçambique.
"Numa primeira reunião juntámos 60 jovens, depois passámos para 100 e
decidimos que a partir daí a base ficava ali como centro de coordenação de
todos os bairros, passando a haver reuniões de quatro em quatro horas para
que nada descambasse", recorda Aurélio Lebon, então um jovem acabado de
cumprir o serviço militar nos +comandos+ portugueses.
No dia 08 de Setembro, o discurso da Rádio Moçambique Livre, ocupada pelos
revoltosos brancos, endurece e nos arredores de Lourenço Marques dão-se os
primeiros confrontos de que resulta um número elevado de vítimas.
"No Infulene (arredores da Matola), os fuzileiros dispararam
indiscriminadamente e a partir daí avançámos para as barricadas nos
subúrbios, controlando a saída dos moradores e a entrada de estranhos",
relata Pedro Bule, administrador de uma seguradora, na época responsável
pela segurança naquele bairro.
A resistência ao 07 de Setembro foi montada à margem da FRELIMO, cuja
direcção negociava a independência com Portugal em Lusaka, por nacionalistas
moçambicanos da capital da colónia.
"Até então, ninguém tinha ideia do que era a fortíssima inserção da FRELIMO
na população nem do desejo, da ganância, mesmo, das pessoas pela
independência", acrescenta Bule.
No dia 09 de Setembro, a Base do Galo determina uma "greve geral silenciosa"
que, diz Aurélio Lebon, foi cumprida pela maioria da população negra e a
revolta branca começa a perder força, procurando então os comandos militares
portugueses uma solução para pôr termo aos confrontos nos subúrbios e à
ocupação do Rádio Clube de Moçambique.
Lebon afirma ter sido contactado pelo comando militar e integra uma
delegação da Base do Galo, que inclui Amaral Matos, Alberto Chissano e
Orlando Machel que, no quartel-general português prepara a recuperação da
estação, aproveitando a sua experiência como antigo +comando+.
"Fui para o Rádio Clube sem segurança, acompanhado pelos comandantes da
Polícia Militar e da PSP, um ajudante de campo e um condutor e consigo
entrar no edifício. Os revoltosos estavam interessados na minha presença
como alguém ligado à FRELIMO para travar a população que marchava sobre a
cidade", lembra.
Aos microfones, Aurélio Lebon lança a senha "Galo.
Galo. Amanheceu", que indicava que a estação fora reocupada, e acrescenta
vivas à FRELIMO, a Samora Machel, a Portugal e a António Spínola.
"O problema é que eles quando ouviram os vivas à FRELIMO já nem escutaram o
resto e começaram a gritar que tinham sido traídos, pelo que eu e o
comandante da PSP tivemos que sair rapidamente, saltando um muro e apanhando
boleia de um casal em direcção ao comando", diz o antigo presidente da
Federação Moçambicana de Atletismo.
Aurélio Lebon voltará novamente à estação, desta vez fardado - "haviam tido
o cuidado de disfarçar um negro com uma farda e com os galões de alferes do
Exército português", escreve o jornalista Ricardo Saavedra, apoiante da
revolta, no seu livro "Aqui Moçambique Livre".
Nessa altura, já a estação estava cercada por duas companhias de
pára-quedistas e militares de engenharia, e Lebon, já conhecido como
"camarada Galo", volta a ler a senha, "para acalmar a população, travar a
violência e informar", e ali fica durante horas até ser rendido por
locutores do serviço que entretanto regressaram à estação.
Durante as horas que permanece no Rádio Clube, a Base do Galo é alvo de um
ataque, a que resiste, e a senha e contra-senha são mudadas.
"Quando lá cheguei, ainda fardado, um dos nossos apontou-me uma arma e eu
disse: "Galo. Amanheceu", que eram os códigos que conhecia. Tive um grande
trabalho para o convencer que eu era o camarada Galo", ri-se Lebon.
Sem ele saber, o novo código tinha sido mudado, aproveitando um grande êxito
que na época enchia os cinemas de Lourenço Marques: "Laranja?", perguntava
quem montava a barricada, esperando que a resposta fosse "Mecânica!".
Lusa/fim
05-09-2004 13:44:00 GMT .
Moçambique/07 Set: Quatro Dias que incendiaram Lourenço Marques
Luís Andrade de Sá (Texto) e Amândio Vilanculo (Fotos), da Agência Lusa
Maputo, 05 Set (Lusa) - Há 30 anos, Lourenço Marques, actual Maputo, foi
palco de graves motins raciais que causaram centenas de vítimas e destruição
avaliada em três milhões de contos, numa derradeira tentativa dos colonos
portugueses para evitar a independência do país.
A faísca que ateou a revolta branca de 07 de Setembro de 1974 é geralmente
atribuída ao arrastar pelo chão de um bandeira portuguesa no centro da
cidade que deu origem a 92 horas de confrontos.
Segundo alguns dos que viveram os acontecimentos, a provocação foi apenas um
pretexto para uma acção que estava a ser preparada por grupos de radicais
brancos nas vésperas da assinatura dos acordos de Lusaka entre Portugal e a
FRELIMO que, no mesmo dia 07 de Setembro de 1974, fixaram a data de
independência do país para 25 de Setembro de 1975.
"O 07 de Setembro foi uma tentativa organizada e não espontânea, tanto mais
que no dia 02 de Setembro os principais líderes da revolta reuniram-se no
Hotel Avenida para planear a operação", defende José Luís Cabaço, militante
da FRELIMO desde 1967 e que dias depois dos acontecimentos foi nomeado para
o governo provisório que antecedeu a independência.
Desde o dia 05 de Setembro que a capital da colónia estava parada, em
manifestações de apoio às posições que a FRELIMO iria defender em Lusaka
junto da delegação portuguesa, que integrava Mário Soares, então ministro
dos Negócios Estrangeiros.
No estádio da Machava, milhares de pessoas acompanhavam, com os meios
limitados da época, o desenrolar das negociações num comício permanente
organizado por sectores ligados à FRELIMO e apoiado por organizações de
esquerda da comunidade branca como a Associação Académica de Moçambique e os
Democratas Moçambicanos.
No dia 06 de Setembro, Jorge Jardim, o poderoso empresário da Beira que as
autoridades portuguesas procuravam desde Junho, é impedido de entrar na
Suazilândia e as notícias que chegam de Lusaka confirmam o entendimento das
duas partes para uma independência conduzida pela FRELIMO.
Na sequência da provocação à bandeira nacional, uma multidão de portugueses
apedreja as instalações dos jornais Notícias e Tribuna, vandaliza o edifício
do Rádio Clube de Moçambique e as sedes das organizações que tinham apoiado
o comício da Machava.
"Havia cordões de polícia à volta e uma multidão que insultava qualquer
pessoa que saísse do jornal", recorda José Capão, empresário livreiro, na
altura jornalista da secção internacional do Notícias.
O Movimento Moçambique Livre, como passa a ser designado, assalta a
Penitenciária, libertando todos os presos, incluindo os agentes da PIDE ali
detidos, toma conta dos Correios e do Aeroporto Gago Coutinho mas é no Rádio
Clube que se estabelece a direcção da revolta, protegida por uma enorme
multidão.
"Aqui Rádio Livre de Moçambique, fala-vos um grupo de portugueses de
Moçambique que acaba de tomar conta das instalações do Rádio Clube apelando
ao sentido de união de todo o povo moçambicano para que em bloco único faça
prevalecer a sua vontade e decida com a sua presença e voz o seu destino",
assinala o primeiro comunicado, lido às 18:40 do dia 07 de Setembro pelo
"locutor Manuel", Gomes dos Santos, presidente da FICO, uma associação
política radical da comunidade portuguesa.
Com ele estão Hugo Velez Grilo, antigo dirigente do PCP, e o comandante
Daniel Roxo, que criou, em 1971, uma força de "comandos" negros para acções
contra a FRELIMO e, segundo a onda de boatos que invade a cidade, há
milhares de homens de um grupo conhecido como Dragões da Morte prontos para
apoiar a revolta.
"Era tudo mentira, havia alguns jovens que tinham feito a tropa nos
+comandos+ mas não havia essa força especial de que falavam", defende José
Luís Cabaço. Aos microfones da Rádio Livre de Moçambique, apoiada na rua por
milhares de portugueses, apela-se à colaboração de antigos combatentes e
garante-se que Jorge Jardim está com a insurreição mas o empresário não se
envolve.
"As condições em que o Movimento Moçambique Livre tinha sido desencadeado
davam toda a vantagem ao inimigo", escreverá Jorge Jardim no livro
"Moçambique Terra Queimada".
Da Associação de Portugueses de Joanesburgo chega a promessa dos seus
membros atravessarem "a fronteira para ir em socorro", o que nunca
acontecerá.
Acusados de "minoria de reaccionários" pelo Governo de Lisboa, os radicais
brancos dão por finda a sua acção no dia 10 e cerca de 8.000 portugueses
fogem para a África do Sul.
Na revolta morreram centenas de pessoas - "cerca de 100 brancos e 300
negros", segundo Cabaço, ou 1.500, de acordo com o jornalista Ricardo de
Saavedra, que aderiu ao Movimento - e foram destruídas casas, lojas e
fábricas por toda a cidade.
A resposta da população da "cidade do caniço" aos acontecimentos da "cidade
do cimento" não chega a produzir- se - "grupos de negros em que participam
milhares de pessoas são dissolvidos quando se dirigiam à cidade procurando
vingança", informa o jornal Notícias, já a situação está controlada por
forças mistas do Exército português e da FRELIMO.
"O 07 de Setembro estragou tudo, instalou a desconfiança e tornou a FRELIMO
mais agressiva", defende o ex-jornalista Amaral Gomes que dá como exemplo do
que "devia ter sido a regra" o facto da polícia portuguesa só ter abandonado
o novo país em 1977, depois de dois anos de formação aos agentes nacionais.
Lusa/fim
05-09-2004 13:43:00 GMT
Moçambique/07 Set: Acordo de independência assinado há 30 anos
Maputo, 05 Set (Lusa) - Há 30 anos, Portugal e a FRELIMO assinaram em
Lusaka, capital da Zâmbia, o acordo que conduziu à independência de
Moçambique e que provocou uma das mais graves revoltas de brancos nas
antigas colónias portuguesas em África.
Entre os dias 05 e 07 de Setembro de 1974, representantes das duas partes
estiveram reunidos em Lusaka, na terceira ronda que preparou o processo de
descolonização de Moçambique, concluindo um acordo que fixou a independência
para 25 de Setembro de 1975, uma data associada ao início da luta armada
pela FRELIMO, em 1962.
Enquanto decorriam as negociações, um comício permanente em Lourenço Marques
(actual Maputo) convocado por simpatizantes da FRELIMO e organizações de
portugueses favoráveis à independência, apoiava as posições do movimento
liderado por Samora Machel, que se tornaria no primeiro Presidente do país,
mas a maioria da comunidade branca da capital da colónia saiu à rua para
contestar o acordo.
Durante vários dias, os revoltosos ocuparam a estação do Rádio Clube de
Moçambique, o aeroporto e os correios, atacaram jornais e associações
favoráveis à independência, destruíram um paiol militar e libertaram dezenas
de agentes da ex-PIDE/DGS, detidos na cidade após o 25 de Abril.
A rebelião e a reacção da população negra causaram um número indeterminado
de mortos, que diversas fontes estimam entre os 400 e os 1.500, sobretudo,
em Lourenço Marques, a única cidade a aderir em força aos protestos dos
colonos.
Apanhadas de surpresa pelos acontecimentos, as delegações de Portugal e da
FRELIMO mantiveram-se fiéis ao acordo, considerando-o irreversível,
contribuindo para o fim da revolta branca em Lourenço Marques.
Em Lusaka, as duas partes acordaram na constituição de um alto comissariado,
de um governo de transição e de uma comissão militar mista, preparatórios da
independência de Moçambique.
Portugal nomeou Vítor Crespo, militar do Movimento das Forças Armadas (MFA),
para alto-comissário, e Joaquim Chissano, actual Presidente de Moçambique,
foi indicado pela FRELIMO para presidir ao governo provisório, constituído
por nove ministros e um número não fixado de secretários e
secretários-adjuntos.
Segundo o acordo, à FRELIMO cabia indicar seis ministros do novo governo e
os restantes seriam nomeados pelo alto-comissário português.
As duas partes acordaram igualmente na criação de uma comissão militar
mista, constituída por um número idêntico de militares portugueses e da
FRELIMO, com o objectivo de assegurar o cumprimento do cessar-fogo, iniciado
às 00:00 do dia 08 de Setembro.
Em Lusaka, a FRELIMO comprometeu-se com uma política "de não discriminação
racial", segundo a qual "a qualidade de moçambicano não é definida pela cor
da pele mas pela identificação voluntária com as aspirações da Nação
moçambicana".
Preparando a criação de um futuro banco central, Portugal assumiu a
transferência do Departamento de Moçambique do Banco Nacional Ultramarino
para a nova instituição, num processo fiscalizado por uma comissão conjunta.
Por Portugal participaram nas negociações os ministros sem pasta, Melo
Antunes, dos Negócios Estrangeiros, Mário Soares, e da Coordenação
Interterritorial, Almeida Santos, e os militares Vítor Crespo, Almeida e
Costa, Nuno Lousada e Casanova Ferreira.
A FRELIMO, cuja direcção se encontrava na capital tanzaniana, Dar-Es-Salam,
enviou uma numerosa delegação a Lusaka, que incluía o seu presidente, Samora
Machel, e Joaquim Chissano, Alberto Chipande, Jacinto Veloso, Óscar
Monteiro, Mariano Matsinhe, Bonifácio Gouveia, Armando Guebuza e Sebastião
Mabote, entre outros.
Devido aos acontecimentos em Lourenço Marques, o texto do acordo de Lusaka
só foi divulgado dias depois em Moçambique, aos microfones do Rádio Clube,
depois de ali ter sido anunciado "Galo. Galo. Amanheceu", a senha que
indicava a sua recuperação ao movimento radical branco.
LAS.
Lusa/fim
05-09-2004 13:44:00 GMT .
Moçambique/07 Set: A tarde no Rádio Clube "que lixou uma vida"
Luís Andrade de Sá (Texto) e Amândio Vilanculo (Fotos), da Agência Lusa
Maputo, 05 Set (Lusa) - O balanço não é o melhor para quem passou "apenas
umas horas" na Rádio Moçambique Livre, ocupada por um grupo de portugueses
de Lourenço Marques em protesto contra a assinatura do acordo de Lusaka
entre Portugal e a FRELIMO.
"Estive lá uma tarde, subi à varanda e lixei uma vida. Fiquei com a cabeça a
prémio e perdi a casa, os carros, o barco, a +boutique+, as contas
bancárias", recorda Rui Quadros sobre o dia 09 de Setembro de 1974.
Nesse dia, entrou "pela única vez e por poucas horas" no Rádio Clube de
Moçambique, ocupado dois dias antes e rebaptizado Rádio Moçambique Livre, a
partir do qual um grupo de colonos brancos incitou a população a
manifestar-se contra o acordo de independência fixado para 25 de Setembro de
1975.
"Tive que fugir para a África do Sul, disseram uma série de mentiras a meu
respeito e entrei na onda dos que se foram embora", logo nos dias seguintes
aos acontecimentos, diz o caçador e ex-campeão de tiro de Moçambique, onde
regressou em 2000.
O nome de Rui Quadros surge nas notícias da época entre os que participaram
na tomada do Rádio Clube de Moçambique, na altura uma das mais potentes
estações do sul de África, e que durante cerca de 96 horas tentaram inverter
o rumo da História.
Durante a ocupação destacou-se a voz do "locutor Manuel", o nome de guerra
de Gomes dos Santos, presidente de uma associação política de portugueses
com o sugestivo nome FICO.
Foi dele que partiram os apelos à adesão ao Movimento Moçambique Livre de
populares e personalidades, alguns com êxito, como nos casos de Uria
Simango, fundador da FRELIMO e expulso do partido em 1970, e de Joana
Simeão, que se deslocaram ao edifício e proclamaram o apoio à contestação.
"Foi lá toda a gente, menos a FRELIMO", diz Rui Quadros, desvalorizando a
ausência de Jorge Jardim, que não se envolveu apesar do seu apoio ter sido
dado como garantido pela Rádio Moçambique Livre.
"Ele tinha outro projecto", resume, sobre a posição do empresário da Beira,
na altura fora de Moçambique fugido às autoridades portuguesas.
Ao lado de Gomes da Silva estavam Gonçalo Mesquitela, conhecido dirigente em
Moçambique da Acção Nacional Popular, o partido único do regime de Marcelo
Caetano derrubado em 25 de Abril de 1974, e o médico Vellez Grilo, que foi
secretário nacional do Partido Comunista Português nos anos 30 e que,
depois, rumou à colónia do Índico onde foi chefe de repartição da Câmara
Municipal de Lourenço Marques.
A direcção da revolta era ainda constituída por elementos ligados a grupos
de ex-combatentes, à Organização Provincial de Voluntários e a associações
políticas da comunidade portuguesa que se opunham a uma independência
"entregue à FRELIMO".
A segurança das instalações, que estava rodeada por milhares de pessoas, na
maioria brancas, em apoio à acção do Movimento Moçambique Livre, cabia a
Daniel Roxo, que, durante a guerra, tinha organizado comandos especiais de
soldados negros para combater a FRELIMO e que morreu no início dos anos 80
durante uma incursão militar sul- africana a Angola.
Durante os quatro dias que dura a ocupação, a Rádio Moçambique Livre emitiu
os mais lancinantes apelos à mobilização "dos portugueses de Moçambique" e à
generalização da revolta, a que as outras cidades da colónia não aderem,
intercalados com música de todo o tipo, incluindo as canções revolucionárias
Grândola, Vila Morena, Avante Camarada e hinos da FRELIMO.
No dia 10 de Setembro, um jovem com 25 anos, acabado de ser desmobilizado
dos +comandos+, entra no edifício da Rádio e aos microfones proclama: "Galo.
Galo.
Amanheceu", a senha destinada aos habitantes negros dos bairros periféricos,
prontos a marchar sobre Lourenço Marques, que indicava que a estação tinha
voltado à normalidade e terminara a revolta branca.
"Durante anos, tentou dar-se um cunho organizativo ao 07 de Setembro que não
o teve. Nenhum dos dirigentes mais representativos do antigo regime esteve
ligado a esses acontecimentos", defende Amaral Gomes, ex-jornalista, sobre a
forma atabalhoada como a revolta cresceu e acabou.
No dia 14 de Setembro, o novo alto-comissário, Vítor Crespo, anunciava que a
situação estava "sob controlo".
Lusa/fim
Nota: As fotos da época foram colocadas pelo responsável do blog e não são as da Agência Lusa, que não foram recebidas.
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