Falta de respostas adequadas aos casos gritantes de ilícitos eleitorais nas últimas autárquicas mostram que é urgente ter órgãos eleitorais transparentes, caso contrário se colocaria em risco um bem maior: a paz.
As últimas eleições autárquicas vieram expor com maior evidência a ineficácia e parcialidade das instituições que gerem processos eleitorais e lidam com os seus contenciosos. Por exemplo, na Comissão Nacional de Eleições, CNE, os vogais de partidos da oposição boicotaram o anúncio de um resultado e houve até quem se distanciasse publicamente da posição do órgão.
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DW-Órgãos eleitorais precisam de se reinventar_diz analista
Em causa estavam supostas graves irregularidades que quase sempre tiveram um desfecho desfavorável para a oposição.
Eduardo Chiziane é especialista em direito público e administrativo e alerta: "Aqui fica evidente que a sociedade reprovou a forma como as instituições atuaram e elas [instituições] não podem dormir em cima desta avaliação, precisam de se reiventar e melhorar, para que nas próximas eleições tenham uma melhor contribuição."
Uma composição ao gosto do patrão
No que se refere à CNE, a sua composição há muito que é questionada. Ela integra 17 membros, 5 da FRELIMO, 4 da RENAMO, um do MDM e 7 da sociedade civil. A escolha da sociedade civil é feita através de um concurso público, entretanto considerado duvidoso: suspeita-se que os seus membros tenham sido cooptados pelo partido no poder, a FRELIMO.
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