Caros amigos,
Atrevo-me a escrever-vos porque não são boas as notícias que trago da Ilha. Desculpem-me a pretensão.
Acabo de chegar a Maputo, vindo da Ilha de Moçambique, onde estive durante as duas últimas semanas.
Com sabemos, a Ilha de Moçambique vai comemorar os 200 anos de elevação ao estatuto de cidade daqui a pouco mais de seis meses, a 17 de Setembro de 2018.
Já há uns dois anos, ouvi o próprio governador da província, quando inaugurava a Alfândega reabilitada, dizer que iria ser nomeada uma comissão para organizar essas comemorações. Esta antecedência augurava umas comemorações em grande.
Entretanto, no ano passado, ouvia-se falar vagamente na Ilha, da formação de várias comissões que iriam ocupar-se do assunto.
Infelizmente, parece nada ter sido feito concretamente, até agora. Pelo menos, os dirigentes da APTUR (Associação dos Promotores Turísticos) da Ilha, com quem falei, não sabem de nada, e parecem estar frustrados por nada estar a ser preparado, quando já só faltam seis meses. Entretanto, corre o rumor de que o presidente de Portugal estará presente nas comemorações.
Daí, este meu apelo. Não será possível formar um grupo de apoio que ajude o Conselho Municipal da Ilha a começar? Receio bem que o horizonte do nosso Conselho Municipal para as comemorações precise ser repensado.
Um cenário possível seria talvez fazer uma mobilização para criar um pequeno Gabinete de Organização das Comemorações dos 200 anos, baseado na Ilha, com 2-3 pessoas experientes neste tipo de organizações, a tempo inteiro?
De contrário, não estou a ver as comemorações senão como uma espécie de Tzotziva melhorado.
Porque não organizar exposições, conferências, espectáculos, música, dança, cinema, teatro, edição de livros e outros materiais didáticos, e promover todo um movimento cultural que galvanize algumas centenas de amantes da Ilha de Moçambique, daqui e internacionalmente?
Isto são só algumas interrogações, para incitar outras ideias. Quem me dera que esta carta possa pelo menos, funcionar como uma pedrada no charco...
Um abraço,
Ricardo*
*leitor devidamente identificado
SAVANA – 09.03.2018
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