A Iniciativa de Miombo foi assinada na capital de Moçambique, que se tornou um exemplo da forma como as empresas chinesas exploram as florestas de Miombo.
Moçambique perde uma quantidade de floresta de Miombo equivalente a 1.000 campos de futebol por ano. De acordo com a Agência de Investigação Ambiental, mais de 89% das exportações de madeira são ilegais. Uma grande parte é constituída por árvores de pau-rosa raras e ameaçadas de extinção.
Entre 2017 e 2023, Moçambique exportou cerca de 3,7 milhões de toneladas métricas de madeira para a China. A maioria era pau-rosa e parte dela provinha de zonas do país controladas por terroristas, financiando as suas operações.
Os países que partilham a floresta de Miombo não dispõem, em geral, dos planos de gestão e das leis necessárias para garantir que a exploração de madeira se mantenha dentro de um limite que permita a sobrevivência da floresta, segundo os investigadores da Miombo Network, sediada no Malawi.
Em Moçambique, o maior exportador de madeira da África Austral, essas empresas transportam os troncos extraídos ilegalmente do campo para a fábrica de mobiliário por apenas 500 dólares em subornos pagos a funcionários do governo, de acordo com os investigadores da Global Voices.
“Estes funcionários públicos facilitam a comunicação e asseguram a passagem nos postos de controlo, representando outra forma de conluio para violar as proibições de abate de árvores,” escreveram recentemente os investigadores.
O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, disse numa conferência dedicada à preservação do Miombo que os países que se encontram dentro dos limites da floresta devem cooperar para a proteger.
“Para irmos longe, temos de trabalhar em conjunto,” disse Nyusi. Por enquanto, a exploração chinesa das Florestas de Miombo está a ultrapassar a capacidade de regeneração da floresta.
“Embora existam alguns exemplos de exploração sustentável, o abate de árvores na floresta de Miombo é insustentável,” escreveram os investigadores da Miombo Network num estudo de 2018. “Consequentemente, a maioria das espécies de madeira está a extinguir-se economicamente.”
(ADF/INTEGRITY) – 24.09.2024
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