A história de vida de Isabel Jacinto, ou Isabel "Batata Doce", continua a despertar curiosidade. Achada no mato em Angola com 3 anos de idade", ela foi acolhida pelas tropas portuguesas. Foi para Portugal em 1965.
(Isabel Jacinto e o marido João Castanheira)
Isabel Jacinto foi encontrada pelas tropas portuguesas na zona de Catete, em Angola, quando a companhia regressava de uma operação noturna. Acolheram a menina no aquartelamento militar, onde ficou oito meses - conta ela própria, de acordo com os relatos.
"Fui encontrada no mato, no Zézere do Itombo. A minha tia Eva, irmã da minha mãe, pelo que percebi, porque ela me contou, foi quem me levou para o mato. Entretanto, ela pegou num pau para afastar os javalis. Só que pensou que eram javalis e não eram. Eram os militares, os tropas portugueses", lembra.
O episódio aconteceu em tempo de guerra. Isabel caiu das costas da parente, que fugia das tropas com medo de não ser morta. "O alferes Antonino Araújo, que era o militar que comandava as tropas naquela altura, viu aquela mulher a fugir com outra criança e disse: 'não fujas que eu não te mato'. Só que foge por aquela mata adentro e, pronto, eu fiquei ali a olhar para eles, diz ele, com um sorriso, que encantei-os logo".
Acolhida pelos militares
Ela estava ferida quando foi acolhida pelos militares, revela Urbano Marques, 77 anos, que serviu a tropa em Angola, entre 1963 e 1965, com a patente de 1º cabo escriturário do Batalhão 525, na Companhia de Comandos e Serviços do Exército português.
"Era um ferimento importante, mas não era um ferimento grave. Foi realmente acolhida pela nossa companhia que a trouxe para o comando. A partir daí tratámos a Isabel como se fosse uma filha, tanto mais que o nosso comandante, o tenente coronel Junqueira, a adotou e viria depois trazê-la para Portugal", conta Marques em entrevista à DW África.
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