A bancada do partido Frelimo na Assembleia Municipal da Beira, convocou a imprensa na segunda-feira (19 de agosto) para justificar a ausência de seus membros na última sessão do órgão, ocorrida há cerca de uma semana. O partido alegou que a agenda da sessão não estava em conformidade com o regimento interno.
Entretanto, de acordo com a STV, a Presidente da Assembleia Municipal da Beira, Jacinta dos Remédios, rebateu as alegações, afirmando que a verdadeira razão para a ausência, foi a falta de base legal para discutir a transferência de verbas para as bancadas, uma proposta feita pela própria bancada da Frelimo.
De acordo com Manuel Severino, líder da bancada da Frelimo, as sessões devem focar em questões que impactam directamente a vida dos munícipes e na apresentação do relatório de desempenho do Presidente do Município. No entanto, Jacinta dos Remédios destacou que a proposta da Frelimo para discutir a transferência de fundos foi rejeitada devido à ausência de um embasamento legal, o que teria levado os membros do partido a boicotarem a sessão.
“Nós dissemos que, até aqui, temos o direito de propor uma agenda. Contudo, a Mesa da Assembleia pediu que trouxessem base legal, para permitir que as outras bancadas dessem parecer segundo o documento que trouxessem. Como não tinham base legal, eles preferiram gazetar”, afirmou Jacinta.
Durante a conferência de imprensa, a Frelimo também lançou acusações graves contra a administração municipal, sugerindo que os prêmios internacionais de boa governação que têm sido recebidos no município da Beira são comprados. O comentário gerou uma resposta contundente do Edil da Beira, Albano Carige, que recentemente foi agraciado com um prêmio internacional pela transparência e boa gestão municipal na África do Sul.
“Severino é um analfabeto político”, declarou Carige, defendendo a legitimidade dos prêmios e enfatizando que o trabalho da administração municipal é reconhecido por entidades independentes.
Além dessas acusações, a bancada da Frelimo denunciou irregularidades na conta gerência do ano passado, incluindo transferências de valores para partidos políticos e indivíduos, pagamentos indevidos e o uso da assinatura do falecido edil Daviz Simango. Em resposta a essas supostas irregularidades, a Frelimo ameaça levar o caso ao Tribunal Administrativo para uma investigação mais aprofundada. (Bendito Nascimento)
INTEGRITY – 20.08.2024
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