Momade Assife Abdul Satar, vulgarmente conhecido por Nini, foi condenado, semana finda, a um ano de prisão convertida em multa a uma taxa diária de 10 porcento do salário mínimo na Função Pública. O seu sobrinho Sahim Aslam e Sidália dos Santos foram absolvidos por insuficiência de provas. Tratou-se do caso do passaporte falso. Lá encontrámos um Nini diferente do que esperávamos: bem disposto, tudo era motivo para qualquer galhofa. Diante de toda a imprensa criticou alguns jornais que diz serem tendenciosos no que publicam a seu respeito e apelidou-os de sapatarias. Criticou severamente o Ministério Público (MP) por não ter deixado Sidália dos Santos, na altura presa, ir participar no funeral do seu finado esposo que foi vitimado por um acidente de viação. Bastante assediado depois da leitura da sentença, o MAGAZINE conseguiu "roubar-lhe" dos demais para esta entrevista exclusiva que é a primeira, onde Nini Satar fala sobre o que norteou a sua detenção na Tailândia e um pouco mais. Siga os excertos mais interessantes da entrevista.
O Nini saiu de Moçambique- da maneira como saiu- a pretexto de ir à procura de melhores serviços médicos. Até que ponto isto é verdade e qual foi o país que escolheu?
- Sai de Moçambique e fui a Singapura onde comecei a fazer os meus tratamentos médicos. Depois tratei a minha residência lá e pouco tempo depois fui residir num país qualquer na Europa, que por ora não interessa revelar.
Sabe-se que explicou ao juiz porquê preferiu usar dados pessoais do seu sobrinho para sair do país, mas isto foi durante o julgamento e nós reservamos-lhe uma oportunidade para voltar a explicar aos nossos leitores.
- Quando sai da prisão em Setembro de 2014, um mês depois pedi autorização para obter passaporte. O juiz Adérito Malhope, da 10ª Secção do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, mandou um ofício para a Migração em que clarificava que me podiam conceder o passaporte e que também estava livre de viajar. Tratei o passaporte e até paguei um valor de urgência. Sucede, porém, que volvido algum tempo quando fui exigir o passaporte este não me foi entregue. Acabei sabendo, por alguém da Migração, que havia ordens verbais do Ministério Público para que me não concedessem o passaporte. Insisti, mas não valeu em nada e veja que nem o dinheiro pago me foi devolvido. O que faria o senhor na minha situação, estando doente como eu estava, e sabendo que o tratamento só pode se obter fora do país? Não quero justificar aqui que a minha atitude foi correcta, mas foi a única saída que vi naquele momento. Tinha que arranjar todos os meios para sair do país. Empurraram-me, por assim dizer, a ter que usar os meios que usei.
E acha que foi uma atitude certa?
- Olhando pelo lado da minha saúde acho que sim. Foi uma atitude certa. Se não tivesse tomado aquela atitude, muito provavelmente não estaríamos hoje a conversar. Eu tinha complicações sérias de saúde que agora posso dizer com alguma tranquilidade que estão aliviadas. O que um indivíduo é capaz de fazer pela sua vida?
O Nini foi preso na Tailândia. Como é que foi lá parar, ou melhor, tinha residência lá?
- Não. A Tailândia é um país onde eu ia regularmente por causa das praias e tinha também alguns interesses na área de construção civil.
Fale-nos da sua prisão…
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