Por: António Arouca
Senhor Presidente da República de Moçambique, o mais alto magistrado da Nação Moçambicana, Jacinto Filipe Nyusi, venho por este meio, a si excelência e ao seu governo, que por conseguinte, é governo de todos moçambicanos, devidamente reconhecido pelos todos os órgãos jurídicos e de soberania moçambicana.
O que me levou e ao mesmo tempo, me encorajou a escrever esta carta para si excelência senhor presidente, é o facto de eu, e demais pessoas, termos constatado, de que o senhor presidente, tem a veia humana e transparece uma enorme vontade de acabar com todos esquemas no Aparelho de Estado que culminam ou facilitam a corrupção.
Para não estar a dar muitas voltas senhor presidente, eu e os pensionistas, assim como todas as pessoas com boa-fé, queremos pedir para que antes da sua saída da presidência, resolva por definitivo, as inquietações que nos assolam sobre a má gestão de fundos do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), e que faça com que INSS, esteja orientado e focado somente para tratar a vida dos pensionistas para o melhor bem-estar destes.
Senhor presidente da República, o que vou dizer ou escrever a seguir, vai parecer cômico, pois, quando estava escrevendo esta carta, estava um grupo de apoiantes do conteúdo da carta, orando, para que quando o senhor presidente fosse ler, resolvesse na íntegra as preocupações aqui colocadas, por se achar legítimas, pertinentes e justas.
O que nos inquieta na verdade senhor presidente, são as baixas pensões praticadas no INSS, queremos que ao reformar se, depois de 35 anos de serviço, o pensionista, receba o seu salário básico a 100%, porque no INSS, há dinheiro suficiente, para o efeito e que se melhore por definitivo as pensões por favor, senhor presidente.
Senhor presidente e ao seu/nosso governo, queremos que se crie uma lei, para que o INSS, pare de andar a distribuir dinheiro em assuntos que não tem nada a ver com a vida dos pensionistas, e eles a sucumbirem de fome e atravessarem dificuldades de vária ordem para passarem o seu dia-a-dia. Num passado bem recente, ainda me lembro senhor presidente, em como tivesse acontecido hoje, quando o Conselho de Administração de INSS, tirou dos cofres do INSS, cerca de 20.000.000.00 Mt (Vinte Milhões de Meticais), senhor presidente, para se dividirem, onde o PCA, beneficiou se em cerca de seis milhões e tal e os restantes membros do conselho, se terem beneficiado em cerca de três milhões e tal.
Logo a priori, senhor presidente, pensei que fosse mentira, porque nunca antes, tinha ouvido falar de subsídios de funções com valores iguais, mas quando começou a circular os talões de transferências de cada membro nas redes sociais e vi ver também, nos jornais, acreditei que a qualquer momento pudesse ouvir o pronunciamento de algum membro de Governo, a repudiar de forma vigorosa a esta prática desajustada à realidade moçambicana.
Dias depois, qual foi o meu espanto senhor presidente, foi quando estava a ser entrevistado o antigo Primeiro-ministro Dr. Carlos Agostinho de Rosário, a volta do assunto. Ele disse que mesmo que quisesse agir, não tinha como, porque a lei não lhe permitia. Se nesse dia, não tive AVC, senhor presidente, foi por sorte.
A ser verdade, porque não se pode criar essa lei? Para os governantes, não estarem assistindo desmandos, e impossibilitados de agir? Passou esse ponto senhor presidente, a seguir, acompanhei a intervenção da ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social, Margarida Talapa, quando questionado pelos jornalistas, sobre o assunto, e ela usou a moda antiga, já sobejamente conhecida, de que iria constituir uma Comissão de Inquérito, que se responsabilizaria em averiguar o assunto, e a posterior, iria tomar uma posição, e nunca mais, veio a se pronunciar sobre o assunto inquietador a todos pensionistas e aos demais com boa-fé.
Senhor Presidente, acompanhei também, a resposta dada aos jornalistas pelo Dr. Adriano Maleiane, actual Primeiro-ministro pessoa que nutro muito respeito e admiração como um profissional, mas não como político, ao responder aos jornalistas, que para ele, não via nenhum mal e nem sequer algum problema nisso, da Comissão Executiva do INSS, ter se distribuído com os 20.000.000.00 Mt. Acredite senhor presidente, na repetição de telejornal no dia seguinte, quando chegou essa dos comentários do INSS, desliguei o televisor, porque não sabia o que podia vir acontecer comigo pela parte da saúde.
É muito triste e doloroso ouvir este tipo de pronunciamento, enquanto tens um pai, reformado e a sucumbir de fome porque a reforma é baixa. Temos visto, aos diversos órgãos televisivos, aos diversos jornais, espalhados pelo nosso País, a informarmos que o INSS, ofereceu isto e mais aquilo, em maternidades, em equipamentos de futebol, e há outras tantas doações que têm feito, somente gastando dinheiro dos que estão minguados de fome.
Senhor presidente, com todo respeito, mande parar imediatamente com isto, porque não é esta a vocação da instituição e mandem para que se foquem em melhorar pensões. Se há tanto dinheiro assim, aquele que reformar com 20.000.00. Mts de salário básico, passa a dar mais 5% no salário deste, que passaria já reformado a ganhar 21.000.00 Mt.
Senhor presidente, para terminar, peço para que excelência e o seu /nosso governo, não deixem o poder sem que resolvam esta questão para o bem dos pensionistas. Mais não disse.
VISÃO ABERTA – 06.04.2022
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