timor-leste "A bem ou mal a manifestação acaba hoje"
Amanifestação anti-governamental promovida pela Igreja Católica termina hoje. Falta, contudo, saber se termina de forma voluntária ou somente depois de uma intervenção policial, revelou uma fonte da Direcção da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL). A previsão de incidentes avoluma-se a ponto de, segundo o JN apurou, os portugueses terem recebido instruções sobre a sua segurança que referem a possibilidade de passarem o dia nas instalações da nossa embaixada.
"O prazo termina terça-feira. A partir daí, se não houver sinais evidentes de desmobilização, a PNTL actuará no sentido de repor a lei e ordem públicas. A bem ou a mal a manifestação acaba amanhã (hoje)", advertiu a fonte.
A concentração, iniciada no passado dia 19 de Abril, foi promovida sob o pretexto de o Governo de Mari Alkatiri pretender retirar à disciplina de Religião e Moral o peso curricular que detém, mas evoluiu rapidamente para a contestação generalizada à política do Governo, com os dois bispos a exigirem a "imediata demissão" de Mari Alkatiri.
A fonte da Polícia assinalou que o Conselho Superior da PNTL esteve reunido para "analisar a situação provocada pela manifestação e os incidentes entretanto registados".
"Chegou-se à conclusão de que se previa uma degradação da situação, pelo que foi entregue aos organizadores do protesto uma carta em que se dá um prazo para o fim da manifestação", acrescentou.
A carta foi entregue ao bispo de Díli, D. Alberto Ricardo da Silva, cuja residência tem sido o quartel-general destas duas semanas de contestação ao Governo de Mari Alkatiri.
O vigário-geral da Diocese de Díli, padre Apolinário Guterres, e o secretário do bispo, padre Filomeno Jacob, também tomaram conhecimento do conteúdo da carta, precisou a fonte. Na resposta, assinada pelo vigário-geral dizia que "a manifestação iria continuar".
Outra fonte informou que o presidente Xanana Gusmão, no âmbito da mediação que encetou entre os bispos e o Governo, se deslocou a Baucau, na zona leste do país, onde se reuniu com o bispo D. Basílio do Nascimento, tentando persuadi-lo a deslocar-se a Díli para ajudar a desmobilizar a manifestação.
De acordo com a resposta que a Igreja timorense fez chegar ao Comando-Geral da PNTL, o prazo deverá esgotar-se sem que os manifestantes abandonem voluntariamente o local.
JORNAL DE NOTÍCIAS - 03.05.2005
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