Lisboa, 09 Jun 2004(Lusa) - Uma exposição evocativa da fadista Amália Rodrigues, inserida nas Festas da Cidade, é inaugurada quinta- feira na Casa do Fado e da Guitarra Portuguesa (CFGP), em Lisboa.
A exposição, "Gostava de ser quem era", título de um dos álbuns da fadista, é idealizada por Henrique Cayatte, "procurando evocar a fadista de uma forma interactiva através, da luz e do som", explicou à agência Lusa a gestora da CFGP, Sara Pereira.
A exposição desenvolve-se em dois módulos - um com a forma de uma guitarra e outro de uma viola - ligados por um palco, explicou à Lusa fonte da produção.
"Esta é uma exposição evocativa da memória e não do detalhe da vida", explicou a mesma fonte.
Todavia no corredor de acesso às duas salas uma cronologia contextualiza a carreira da criadora de "Ai Mouraria" (Amadeu do Vale/Frederico Valério).
Na sala com a forma de guitarra o nome de Amália é decomposto dando cada uma das suas letras origem a outras palavras: A de Amália, M de Música, A de Alma, L de Lisboa, I de Ícone e A de adeus.
Na outra sala é possível visionar o vídeo "A arte de Amália".
Ao sair o visitante pode escolher alguns dos fados celebrizados pela fadista e ouvi-los.
Segundo uma nota da EGEAC (Empresa municipal de Esquipamentos e Animação Cultural), empresa que organiza as festas da cidade de Lisboa, esta mostra é uma homenagem "lúdica e viva aquela que foi e é a diva do fado".
Amália Rodrigues, nasceu em Lisboa em 1920, e estreou-se, profissionalmente, no Retiro da Severa, em Lisboa. Em 1940 canta em Madrid, ponto de partida de uma carreira internacional inédita que a levou a pisar os mais importantes palcos do mundo.
O estudioso do fado, Luís de Castro, salientou à Lusa o facto de "Amália Rodrigues se ter tornado um ícone da cultura portuguesa e a sua grande divulgadora, através do fado, além-fronteiras".
"Amália Rodrigues é, sem dúvida, a nossa maior intérprete", frisou.
Vários fados, por si criados, tornaram-se "clássicos" e continuam hoje a ser cantados por novos interpretes.
"Fado do Ciúme", "Estranha forma de vida", "Povo que lavas no rio", "Fado Malhoa", "Coimbra", "Lágrima", "Fado português", "Barco negro", "Vou dar de beber à dor", "Foi Deus", foram alguns dos seus sucessos.
A fadista morreu na sua casa em Lisboa a 06 de Outubro 1999 e A 08 de Julho de 2001, o seu corpo foi trasladado para Panteão Nacional.
Henrique Cayatte é designer, tendo fundado o seu próprio atelier em 1990, onde desenvolve trabalhos nas áreas cultural, científica e educacional.
Em 2001 venceu o Prémio Nacional de Ilustração e em 2002 o concurso para a concepção de um modelo de comunicação no espaço público e projecto de sinalética relativo ao programa POLIS, de requalificação urbana.
Cayatte venceu ainda três prémios APEX pelo design da revista Egoísta.
NL.
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