Lisboa, 16 Nov (Lusa) - O jornalista Manuel Halpern considera estarmos a assistir ao surgimento de "um novo fado", tese que defende no seu livro "O futuro da saudade.O novo fado e os novos fadistas" a apresentar quinta-feira, em Lisboa. A obra que será apresentada no Café Santiago Alquimista, em Lisboa, pelo musicólogo Rui Vieira Nery, partiu de um curso de pós- graduação do autor, em Barcelona (Espanha). Em declarações à agência Lusa, Manuel Halpern, que trabalha na redacção do Jornal de Letras, explicou "que só pelo facto de se falar num novo fado, ele existe". Este "novo fado", segundo explicou, "não surge necessariamente por ruptura, como aconteceu no início da década de 1990 com Paulo Bragança e Mísia, a postura da nova geração é mais consensual". O jornalista baseou a sua pesquisa em jornais, revistas e no percurso discográfico. A escolha foi apenas dos fadistas que gravaram discos a partir da década de 1990, mas abriu uma excepção a Camané. "Considerei apenas a produção discográfica do Camané a partir do José Mário Branco, e não dos discos dos primeiros anos", explicou. Por outro lado, Halpern aborda em ""O futuro da saudade.O novo fado e os novos fadistas", as "carreiras de referência" de Amália Rodrigues e Carlos do Carmo e os "percursos inovadores empreendidos por Anamar, Anabela Duarte, Rão Kyao, Jorge Fernando e António Variações". Estruturalmente a obra, com a chancela das Publicações Dom Quixote, dedica um capítulo à história do fado, "apresentando todas as teses relativas à sua origem, sem tirar conclusões", seguindo-se "uma análise do percurso discográfico e biográfico do artistas. Neste capítulo o autor contactou com alguns dos fadistas, "até porque sobre alguns havia pouca informação disponível". Um outro capítulo é dedicado aos "pontos de contacto e diferenciação entre eles, abordando as diferentes contaminações musicais e até as preferências pelo palco ao invés das casa de fado". Em "O futuro da saudade" Manuel Halpern enumera "alguns fadistas japoneses, italianos, da Academia de Marco Poeta e brasileiros". Entre os novos fadistas, há textos de destaque sobre Mísia, Paulo Bragança, Camané, Cristina Branco, Marta Dias, Mafalda Arnauth, Marina Bobonne e Mariza. Mariana Bobbone é referenciada pelo trabalho em conjunto com os músicos Ricardo Rocha e João Paulo Esteves da Silva. Neste livro há ainda referências a fadistas cujos primeiros trabalhos discográficos serão editados até ao final do ano, como Patrícia Rodrigues e Ricardo Ribeiro. A escolha do fado foi motivada "pelo muito de novo que se está a pensar nesta área e por ser uma coisa portuguesa". NL. |
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