A fadista Ana Moura vai integrar o próximo álbum do "The Rolling Stones Project" que propõe a outros artistas interpretarem canções do grupo britânico!
A fadista foi convidada por Tim Ries, o saxofonista do grupo e mentor do projecto com quem se apresentou na sexta-feira 11 de Agosto, no Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz.
A criadora de "Não hesitava um segundo" gravou nessa mesma sexta-feira de manhã, no estúdio MB de Mário Barreiros, em Canelas (Vila Nova de Gaia), aproveitando a presença da banda que sábado actuou no Estádio do Dragão, no Porto.
Ana Moura interpretou "No expectations" e "Brown sugar", cantando algumas estrofes em português, traduzidas por Jorge Fernando que fez também os arranjos para fado.
Além de Jorge Fernando (viola acústica) acompanharam a artista Custódio Castelo (guitarra portuguesa), Tim Ries, e instrumentistas da banda, nomeadamente o baterista Charlie Watts e o pianista Chuck Leavell.
Em declarações à Lusa, Ana Moura afirmou que "a gravação correu muito bem, tendo-se procurado com a guitarra portuguesa dar uma sonoridade fadista aos temas".
"No caso de 'Brown sugar' é mesmo um fado corrido", sublinhou. O disco deverá ser editado em princípios do próximo ano e sucede ao primeiro álbum do projecto que reuniu nomes como Sheryl Crow e Norah Jones.
Ana Moura começou a cantar o fado "por brincadeira", por influência de Amália Rodrigues. Cantava aos domingos num bar próximo de sua casa. Em finais de 2000, começou a cantar na casa de fados Senhor Vinho (Lisboa), de Maria da Fé, onde conheceu o músico Jorge Fernando.
Com dois álbuns editados entre temas criados por si, além de "Não hesitava um segundo" (Tozé Brito), refira-se ainda "Guarda-me a vida na mão" (Jorge Fernando/Raul Ferrão), e "Porque teimas nesta dor" (Carlos Gonçalves e José Luís Gordo).
Lusa/ www.anamoura.com
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Fado, sem dúvidas uma comunicação direta do coração com o vento, com as estrelas, com a lua e toda a composição humana. O Fado é sanque que se nos transplanta a própria vida. E nenhuma veia tem rejeição.
Eu na qualidade de Brasileiro, mantenho desde muito pequeno uma paixão insegurável pelas melodias, pela sinceridade do peito desses cantores todos.
Inclusive sou um compositor de fados.
Coo não dar para ser ouvido, evidente, mando algumas letras.
FARDO
São tantas vinhas e fados,
São tantas minhas saudades.
São tantos mares serenos,
São tantos ais, são venenos.
São tantas marcas no corpo,
Tantas lembrançs de um porto.
Tangtos destinos haviam,
O Céu tantas terras cobria
São mais os ventos que guiam
Que o meu coração que cativas.
Te vendo eu me alucino,
E talvez seja,
O destino que eu ganhei,
Esta parada,
A distância que eu aida não gostei,
Ou a vontade de beijar-te.
TEJO
Olhando o Tejo,
Eu vejo mais meu Portugal
E não me ocorre
Nesse momento nenhum mal.
O bem maior,
São as lembranças
Que com ele passam.
E delas lembro
com um sabor da uva passa.
O que é ser rio e não correr,
O que é ser água e não poder,
Matar a sede de quem passa
Tão fatigado.
REVERENTE,
Aos ventos obedeço, reverente
E dou minhalma leve, prá que levem
Aos céus, às naus distantes,
À mercê dos anjos
Prá assim me condenarem
No que devem.
Às chuvas meu olhar entregarei
E aceitarei o tempo bom de fecundar,
Meu ventre ardendo,
O bem que há na terra
O sangue dos filhos que vou deixar.
Um grande beijo
de um brasileiro choroso
Naeno
Posted by: Naeno Rocha | 07-01-2007 at 21:14