Tempo de Berta
Sábado,
21 de Outubro/ 17h00
Museu do Fado - Largo do Chafariz de Dentro, Lisboa
entrada livre
Berta Cardoso foi considerada a “voz de ouro do fado”. Nasceu em Lisboa a 21 de Outubro de 1911, vindo a falecer nesta mesma cidade a 12 de Julho de 1997. “A Cruz de guerra” de Armando Neves, que com este poema venceu o Concurso Nacional de Poesia do Secretariado de Propaganda Nacional, em 1935, foi um dos seus grandes sucessos com música de Miguel Ramos, assim como “Rosa enjeitada” mais tarde recriado por Hermínia Silva e Mª Teresa Noronha. Berta Cardoso estreou este fado na revista “Arre Burro!”.
Começou a cantar muito nova e logo nos anos 1930 alcança assinaláveis êxitos na revista, nomeadamente no Brasil, em 1932, com dois fados de Frederico de Brito e de Linhares Barbosa, respectivamente, “Volta” e “Não voltes”. O jornal A Guitarra de Portugal dá conta no ano seguinte da partida da fadista para Luanda, acompanhada por Armandinho, João da Mata e Martinho d’Assunção. Do cartaz fazia ainda parte a fadista Madalena de Melo. A sua carreira soma sucessivos êxitos não poupando a imprensa elogios. “Voz de cristal”, “maga da canção nacional”, “a mais bela voz do fado”, lê-se na imprensa diária.
Em 1939 parte para uma segunda digressão ao Brasil, sendo anunciada por um jornal local como “a famosa fadista que tem lágrimas na voz”.
Berta Cardoso terá vários êxitos, quer no palco da revista quer em terras de Espanha onde actua em 1947 com assinalável sucesso, sendo convidada para ali ficar.
Entre os seus fados refira-se, “Tia Macheta”, “Feitiço” (Fado Faia) de Martinho d’Assunção e Linhares Barbosa, que Amália gravou posteriormente, “Fado dos Marinheiros” (“Canção das Descobertas”) de João Nobre e Cordélio Oliveira, “Fado da Azenha” (Frederico de Brito), “Belos Tempos” (Fernando Teies) e “Cinta vermelha” (Linhares Barbosa).
Tempo de Berta
Texto e Apresentação: Nuno Lopes
Participação especial: Elsa Laboreiro e Ana Sofia Varela
Músicos: António Parreira (guitarra portuguesa) e Ricardo Ribeiro (viola)
Pesquisa: Nuno Lopes e Ofélia Pereira com apoio do Museu do Fado e APAF.
Será evocada a carreira da fadista desde a sua estreia, em 1927 até à sua morte em 1997, através de um texto, dos fados que criou e da monitorização de fotografias.
_________________________________________________________
Acerca desta figura emblemática do Fado, que é Berta Cardoso, encontra-se patente uma exposição, no Museu do Fado (Largo do Chafariz de Dentro, nº 1, a Alfama), até 22 de Outubro.
Pode também visitar o sítio www.bertacardoso.com
Comments