Lisboa, 09 Abr (Lusa) - A fadista Flora Pereira, 79 anos, foi hoje encontrada morta na sua residência em Lisboa, disse à Lusa fonte da Associação Portuguesa dos Amigos do Fado (APAF).
"Morreu no dia em que completou 79 anos", observou mesma fonte.
O corpo da fadista encontra-se em câmara ardente na Igreja de Santo Condestável, onde será rezada missa de corpo presente quinta-feira, realizando-se em seguida o funeral para o Cemitério de Benfica, às 15:00.
Flora Pereira, com uma carreira de mais de 50 anos, começou como cançonetista na Emissora Nacional e chamou à atenção dos críticos no programa radiofónico "Comboio da seis e meia".
Na década de 1950, enveredou pela carreira de fadista e em 1963 integrou o elenco da Festa de Homenagem a Alfredo Marceneiro ao lado de nomes como Berta Cardoso, Fernanda Maria, Carlos Ramos, Estela Alves, Hermínia Silva, Maria Amorim, Max, Fernando Farinha, Lucília do Carmo, Teresa de Noronha e Argentina Santos.
"Teve vários êxitos, nomeadamente de Alberto Ribeiro, como o fado 'Antes só'", lembrou à Lusa o editor discográfico Emílio Mateus, que em 1971 gravou um LP da artista.
"Outro êxito seu foi o fado 'Sou tua', que interpretava como ninguém", referiu por seu lado o fadista Hélder Moutinho, que com ela cantou na casa de fados Nónó, no bairro Alto, em Lisboa.
Além de actuar nesta casa de fados, Flora Pereira integrou os elencos da Nau Catrineta, Parreirinha de Alfama, e, mais recentemente, o Dragão de Alfama.
"Voz bonita, clara e melodiosa" são qualificativos que lhe atribuem o poeta José Luís Gordo e o editor Emílio Mateus.
Tinha "uma voz muito fadista, de bonito timbre", disse o investigador Vítor Duarte Marceneiro.
NL.
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