Lisboa, 11 Set (Lusa) - O filme "Fados", de Carlos Saura, estreia em Portugal a 04 de Outubro, mas antes disso será apresentado, no dia 21, no Festival de San Sebastián, em Espanha, com a presença de Carlos do Carmo, Mariza e Camané. O anúncio foi feito hoje pelo produtor do filme, Ivan Dias, referindo que a estreia é a concretização "de um sonho alimentado durante cinco anos".
A ante-estreia de "Fados" acontecerá no dia 26 de Setembro, nos cinemas São Jorge, em Lisboa, e contará com a presença de Carlos Saura.
"Fados", que conta com a participação de artistas como Carlos do Carmo, Mariza, Camané, Argentina Santos, Chico Buarque, Caetano Veloso e Lila Downs, apresenta "uma visão lata e abrangente sobre a cultura portuguesa", referiu Ivan Dias à agência Lusa.
"Tem o fado clássico, mas também várias visões sobre o fado", afirmou o produtor, que propôs a ideia do filme a Carlos Saura em 2001.
O filme faz referência às possíveis raízes do fado na música brasileira e africana, daí a presença de nomes como Caetano Veloso e Lura, mas também a ligações contemporâneas ao flamenco, com a fadista Mariza a cantar com o espanhol Miguel Poveda.
"Fados", que homenageia ainda Alfredo Marceneiro, Amália Rodrigues e Lucília do Carmo, conta com a presença dos grupos hip hop portugueses NBC e SP&Wilson, da Brigada Victor Jara ou dos Kola San Jon, um grupo formado no bairro Cova da Moura, na Amadora.
O filme é "um olhar assumidamente subjectivo de um grande cineasta sobre o fado", disse à Lusa o musicólogo Rui Vieira Nery, um dos consultores da película.
Segundo o investigador, Carlos Saura não teve a preocupação de fazer a história do fado, apresenta, sobretudo, "um olhar poético, nostálgico e ao mesmo tempo de modernidade".
Rui Vieira Nery reconhece também que o filme é "um excelente veículo" para a divulgação do fado a nível internacional.
"Fados" fecha uma trilogia de Carlos Saura dedicada à canção urbana surgida no século XIX, juntando-se a "Flamenco" (1995) e "Tango" (1998).
Depois da estreia mundial, há cerca de uma semana no Festival de cinema de Toronto, no Canadá, o filme tem agendada a exibição noutros eventos de cinema, nomeadamente em Huelva (Espanha), no festival de Posanne (Coreia do Sul), em Nova Iorque e no Rio de Janeiro.
Segundo Ivan Dias, o filme já foi vendido em cerca de vinte países, incluindo França, Japão, Brasil e Canadá.
Em Novembro estrear-se-á na Holanda, um país onde têm actuado dezenas de artistas portugueses e onde muitos são editados, como Mariza, Sara Tavares ou Mário Pacheco, pela editora World Connection.
Os Estados Unidos são um dos mercados onde o produtor quer apostar mais na promoção do filme, para que chegue também às mãos da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, a entidade que atribuiu os Óscares, os mais cobiçados prémios de cinema.
A Ivan Dias, mais do que uma nomeação para um Óscar, interessa que o filme chegue ao conhecimento dos milhares de críticos de cinema de Hollywood.
"Fados" teve um orçamento de três milhões de euros, é uma produção entre Ivan Dias, Luís Galvão Teles e Antonio Saura, filho do realizador, e conta com a participação financeira da câmara Municipal de Lisboa, do Turismo de Portugal e da TVI, que detém os direitos da estreia televisiva.
O filme foi rodado num estúdio em Espanha e as imagens recolhidas em Lisboa têm a assinatura de Eduardo Serra.
A banda sonora do filme, que integra todas as músicas interpretadas pelos artistas que nele participaram, será editada no dia 24 pela EMI Portugal e terá distribuição em Espanha, França, Japão, Bulgária e Brasil.
SS.
Lusa/Fim
Cinema: "Fados" de Carlos Saura aplaudido de pé na estreia mundial
Toronto, Canadá, 06 Set (Lusa) - O mais recente filme "Fados", do realizador espanhol Carlos Saura, foi aplaudido de pé no final da estreia mundial, decorrida quinta-feira à noite no Teatro Ryerson, em Toronto, numa apresentação integrada no Festival Internacional de Cinema.
Na exibição do filme estiveram presentes o realizador Carlos Saura e seu filho, António Saura, também produtor da película, assim como os fadistas Mariza e Carlos do Carmo.
"Fados" fez as honras de abertura do 32º Festival Internacional de Filmes de Toronto, que decorre até sábado, 15 de Setembro, sendo exibidas um total de 349 películas de 55 países.
Além de "Fados" do realizador espanhol, o último filme "Cristóvão Colombo - O Enigma", do cineasta Manoel de Oliveira, será outro trabalho em língua portuguesa presente nesta mostra de nível mundial, considerada como o primeiro indicador para a corrida aos famosos Óscares de Hollywood.
Ambas as películas de co-produção lusa foram integradas na categoria de "Mestres" do certame, a qual está reservada aos novos trabalhos de cineastas de renome, sendo fortemente recomendados ao público para visionamento.
EF
Lusa/Fim
Cinema: Carlos Saura diz existir talento musical enorme em Portugal
Elisa Fonseca, da Agência Lusa
Toronto, Canadá, 07 Set(Lusa) - O realizador espanhol Carlos Saura declarou à Agência Lusa existir "um talento musical enorme em Portugal" e anunciou estar a preparar um filme sobre música brasileira.
A sua última película, "Fados", o "musical em estado puro" como Saura a caracteriza, devido ao facto de não ter argumento, foi aplaudida de pé pelas cerca de mil pessoas que encheram o Teatro Ryerson, na sua estreia mundial, quinta-feira à noite (madrugada de hoje em Portugal) no festival de cinema de Toronto.
Numa entrevista concedida à Lusa, Carlos Saura explicou que a sua decisão de realizar o filme se deveu ao facto de sentir uma forte ligação a Portugal.
"O fado faz parte da minha vida. Relembro as canções que escutava em Madrid quando era menino, sobretudo Amália Rodrigues. Gosto muito de fado, dos fadistas, da música. Há um talento musical enorme em Portugal", disse, acrescentando que, entre os fadistas que ouve, estão Carlos do Carmo, Mariza e Camané.
Acerca de "Fados", o cineasta assinalou que todos os elementos artísticos que utilizou foram portugueses e "o resultado foi muito interessante".
"Digo, não como realizador, mas como espectador, que noto uma intenção de abrir o fado a novos mundos, mostrá-lo e não apenas deixá-lo como saudade e melancolia", observou.
Questionado sobre a possibilidade de vir a dirigir mais películas sobre a temática da "canção urbana", do qual "Fados" faz parte, Saura admitiu-a e informou ter "pendente" um projecto sobre música das Caraíbas.
"Se tudo correr como previsto - indicou -, espero iniciar no próximo ano um musical no Brasil", filme que, tal como "Tango", terá argumento.
"O flamenco é o tema a que estou mais ligado e sobre o qual trabalhei mais em Espanha. Fiz o 'Tango', porque tenho um grande interesse por esta dança e pela Argentina. E agora surgiu o fado porque me sinto próximo a Portugal", justificou.
Na sessão da estreia em Toronto participaram os fadistas Mariza e Carlos do Carmo, que se deslocaram expressamente ao Canadá para a cerimónia.
Em declarações â Lusa, ambos consideraram o "filme dignifica o fado".
Durante os 85 minutos de duração de "Fados" desfilam cerca de 30 fadistas e outros intérpretes, como Caetano Veloso, com "Estranha forma de vida", Lila Downs, Chico Buarque e a luso-caboverdiana Lura, que canta uma morna.
Três fadistas são evocados em homenagens: Alfredo Marceneiro, Lucília do Carmo e Amália Rodrigues, fazendo-se ainda uma referência ao século XIX e à lendária Severa.
A exibição de "Fados" marcou o arranque do festival de cinema de Toronto que até dia 15 apresentará um total de 349 películas, de 55 países.
Lusa/fim
Cinema: Filme "Fados" dignifica o fado - Mariza e Carlos do Carmo
Elisa Fonseca, Agência Lusa
Toronto, Canadá, 07 Set (Lusa) - Os fadistas portugueses Mariza e Carlos do Carmo consideraram quinta-feira que o filme "Fados", de Carlos Saura, "dá dignidade ao fado" e "abre uma porta de modernidade".
Ao final da tarde de quinta-feira, em Toronto, Canadá, Mariza e Carlos do Carmo, protagonistas da película, pisaram a passadeira vermelha reservada às celebridades do cinema, em direcção ao auditório do Teatro da universidade Ryerson, para assistir à estreia mundial de "Fados".
No final da exibição deste musical que, em estreia mundial, fez a abertura do Festival de Cinema de Toronto, as cerca de 1.000 pessoas presentes aplaudiram de pé, Carlos Saura e os dois fadistas portugueses presentes.
Em declarações à Lusa, Mariza comentou que "este filme de Carlos Saura eleva o fado, a alma do povo português".
"Trabalhar com o Carlos Saura é muito fácil. É uma pessoa simples. Para mim foi um privilégio pode trabalhar com ele e com todos estes artistas", referiu.
No filme, Mariza interpreta "Transparente", com ritmos africanos, e o "Fado Meu", este último numa nova versão misturada com Flamenco, cantada em parceria com o espanhol Miguel Poveda.
Sobre a sua primeira experiência no mundo do cinema, Mariza confessou ter tido uma "sensação um pouco estranha”.
“Geralmente não me vejo a cantar o fado. Canto apenas no palco”, indicou.
"Senti-me sempre fadista no filme e não actriz", adiantou a cantora, acrescentando desconhecer se tem aptidões para representar.
Carlos do Carmo, também presente em Toronto para esta estreia, evidenciava grande nervosismo antes da estreia e transbordava emoção e felicidade no final da projecção.
"Foi um dos dias mais felizes na minha vida. Este filme foi sonhado por mim. E o resultado é a materialização desse sonho", declarou à Agência Lusa.
O fadista indicou ter sido ele quem definiu e sugeriu toda a estrutura musical deste filme.
"Carlos Saura é um um homem muito simples, de uma grande sensibilidade musical e um brilhante realizador", realçou.
Além de ter sido supervisor musical, Carlos do Carmo participou também no filme, dando a voz num fado sobre Lisboa e a "Um homem na cidade", participando ainda numa renovada versão de "Fado Tropical", por Chico Buarque.
Em relação à estreia em Portugal, marcada para 25 de Setembro, Mariza disse que espera que “alguns puristas do fado façam comentários".
"Mas Carlos Saura com este filme dá dignidade ao fado, ajudará à sua projecção em todo o Mundo e contribuirá para que as pessoas procurem conhecer mais o fado", salientou.
No entender de Carlos do Carmo, urge uma mudança de atitude dos portugueses quanto ao fado, já que a larga maioria diz "nada conhecer" sobre a maior expressão do canto nacional.
"É um preconceito que tem de acabar", remarcou.
"Se o filme correr bem, não haverá derrotados", apontou ainda Carlos do Carmo.
Momentos antes do início da estreia, na sala do Teatro Ryerson, as expectativas da assistência eram muitas.
O fado, através de uma longa lista de perto de 30 vozes e interpretações, foi a estrela na tela durante 85 minutos.
No final, as cerca de 1.000 pessoas que encheram a sala de Toronto aplaudiram de pé.
Do fado castiço de Alfredo Marceneiro, à era moderna de Amália Rodrigues, o filme mostrou o fado e espelhou Portugal através da sobriedade e inteligência de Carlos Saura, mostrando ainda as novas tendências e as influências africanas e brasileiras.
No final da estreia, António Saura, filho de Carlos Saura e produtor do filme, expressou à Lusa um grande agradecimento a Portugal, devido a "ser um país de uma imensa riqueza cultural".
Além de Mariza e Carlos do Carmo, participam no filme outros fadistas como Argentina Santos e Camané.
A película contempla a homenagens a Amália Rodrigues, Alfredo Marceneiro e Lucília do Carmo.
O cantor brasileiro Caetano Veloso interpreta o fado "Estranha forma de vida", da autoria de Amália Rodrigues, e Chico Buarque rejuvenesce a sua composição "Fado Tropical", num dueto com Carlos do Carmo.
A apresentação de "Fados" marcou o arranque do festival de cinema de Toronto que até 15 de Setembro apresentará um total de 349 películas, oriundas de 55 países.
Lusa/fim
Música: "Fados" de Carlos Saura estreia em Setembro no Festival de Toronto - produtor
Lisboa, 26 Jul (Lusa) - O filme "Fados", de Carlos Saura, "estreará no início de Setembro no Festival de Toronto", disse à Lusa o produtor português Ivan Dias.
O produtor indicou que à estreia no Festival de Toronto (Canadá), que se realiza de 06 a 15 de Setembro, "seguem-se vários festivais e a estreia portuguesa".
Ivan Dias não adiantou a data da estreia nacional de "Fados", co-produzido pela Câmara de Lisboa, através da EGEAC (Empresa Municipal de Equipamentos e Animação Cultural), que participou com um milhão de euros.
Além da Câmara de Lisboa, co-produzem o filme, com um orçamento três milhões de euros, a Zebra Productions, de Saura, a Duvideo, de Ivan Dias, e a Fado Filmes, de Luís Galvão Teles, incluindo ainda as participações de França e Brasil.
O filme tem a duração de 90 minutos e participam nele, entre outros, Argentina Santos, Carlos do Carmo, Ricardo Rocha, Camané, Mariza, Cuca Roseta, Chico Buarque, Caetano Veloso e Lila Downs.
Cada um destes artistas tem momentos a solo. Por exemplo, Argentina Santos, acompanhada por Manuel Mendes (guitarra portuguesa) e Miguel Carvalhinho (viola), canta o "fado Vitória" e Camané os fados "Quadras" e "Sopra o vento demais", neste último acompanhado por seis bailarinas.
Numa cena final, onde se tenta "recriar a Tasca do Chico", ao Bairro Alto, em Lisboa, cantam em conjunto Ana Sofia Varela, Carminho, Maria da Nazaré, Vicente da Câmara, Ricardo Ribeiro, e Pedro Moutinho.
A primeira participação musical será de Kola San Jon, um grupo da Cova da Moura (Amadora) que interpreta "San Jon".
O brasileiro Toni Garrido abre o leque das participações internacionais, que incluem a cabo-verdiana Lura, a mexicana Lila Downs, os brasileiros Caetano Veloso e Chico Buarque e o espanhol Miguel Poveda, que partilha com Mariza a interpretação de "Mi fado mio" ("Meu fado meu", de Fernando Pessoa).
Mariza, embaixadora da candidatura do fado à UNESCO, interpreta também "Transparente" (Paulo Abreu Lima/Rui Veloso), devendo bailar com Patrick De Bana, segundo o guião.
Carlos do Carmo, também embaixador da candidatura do fado, interpreta "O homem na cidade" (Ary dos Santos) e partilha com Chico Buarque "Fado tropical".
O filme presta homenagem a quatro fadistas desaparecidos: Severa, Alfredo Marceneiro, Lucília do Carmo e Amália Rodrigues, e ao guitarrista e compositor Armandinho.
Maria Severa, falecida em 1846, é evocada por Catarina Moura, acompanhada pela sanfona de Fernando Meireles e por Cuca Roseta, acompanhada por Mário Pacheco (guitarra portuguesa).
Segundo o guião, serão projectadas imagens do filme "A Severa" (1931), de Leitão de Barros, e usado material iconográfico cedido pelo investigador Luís de Castro, além do quadro "O fado", de José Malhoa.
Numa das suas estadas em Lisboa, o realizador espanhol, que já assinou películas como "Sevillanas" (1992), "Flamenco" (1995) e "Tango no me dejes nunca" (1998), afirmou que esta seria uma "película sentida e emotiva" e que se inseria "na linha do filme 'Flamenco'".
Quarta-feira, em entrevista ao jornal El Pais, Carlos Saura afirmou que no filme está o seu amor por Portugal "e o talento musical que ali se esconde".
O filme, com imagens captadas em Lisboa por Eduardo Serra, foi maioritariamente rodado em estúdio, em Madrid.
Quarta-feira, em Cartagena (Sudeste de Espanha), decorreu um espectáculo intitulado "Casa de fados" que Ivan Dias qualificou de "oficioso", que se baseou no filme.
O espectáculo integrou-se no Festival Mar de Musicas e contou com a participação de Carlos do Carmo, Ricardo Ribeiro, Vicente da Câmara, Maria da Nazaré, Carminho, Ana Sofia Varela e Pedro Moutinho.
Outro espectáculo será produzido pelo promotor espanhol Cruz Gorostegui e pelo músico João Pedro Ruela, com Mariza, Carlos do Carmo, Camané, Mário Pacheco e Cuca Roseta, em que participa o coreógrafo do filme Patrick Debana.
Segundo Ivan Dias, este espectáculo, ainda sem data marcada, "pretende ser mais arrojado do ponto de vista cénico e estético".
O espectáculo "Casa de fados" fará também uma digressão no próximo ano através da Rede Nacional de Teatros de Espanha, adiantou Ivan Dias.
NL.
Lusa/Fim
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