“... Digo da luta da Frelimo visto que muito antes daquele dia de 25 de setembro de 1964, os militantes da MANU que não tinham aceite a integração da sua organização na Frelimo tinham desencadeado a sua luta durante a qual mataram um padre holandês em Cabo Delgado, coisa que se pode ver e ouvir num dos episódios da Guerra do Ultramar que aparece na internet (www.google.com). Um dos combatentes da Manu que foi capturado depois dos combatentes da Manu não terem mais munições para enfrentar o exército português foi Vasco Mbunde. Mbunde foi capturado e levado para prisão em Lourenço Marques. Num documento que escreveu em Nairobi e que circulou depois de chegar no Kenya depois da sua prisão em LM, ele disse que um dia quando ainda estava na prisão em LM o governador-geral português mandou chamá-lo. Trazido na Ponta Vermelha, o Vasco Mbunde quase que desmaia visto que vê Eduardo Mondlane, presidente da Frelimo, na companhia do governador- geral. E o governador-geral lhe diz: "Vasco nunca se deve brincar connosco. Nós temos amigos até na Frelimo, como podes ver. No documento que Vasco Mbunde pode ainda ter se ainda vive, ele disse que "quando Mondlane morreu, as bandeiras em Moçambique flutuaram a meio haste e os prisioneiros políticos como ele ficaram quatro dias sem serem alimentados e quarenta deles foram mortos pelas autoridades portuguesas” (Francisco Nota Moises, comentario, MPT, 27/03/2014.)
Antes de dizer algo sobre quem teria estado por detrás da morte de Eduardo Mondlane, destaco uma passagem do meu comentário no MPT do dia 27 de Março de 2014, como se pode ler em cima, que relata o episódio de Vasco Mbunde que ficou pasmado ao ver Eduardo Mondlane, então presidente da Frelimo, ao lado do Governador-Geral português em Lourenço Marques. Sei que a Frelimo falou duma encomenda que o malogrado padre belga Charles Pollet teria recebido do cônsul de Portugal em Blantyre, Malawi, e que teria trazido para a Tanzânia e entregue a Samuel Dhlakama que por sua vez a entregou a Silvério Nungu antes de chegar às mãos de Mondlane e ceifar a sua vida. A ligação do Nungu era para justificar porque a Frelimo o matou.
O Padre Pollet tinha sido corrido de Moçambique depois da morte do bispo Sebastião Soares de Rezende da Beira que o protegia, e também protegia o Padre Mateus Gwnejere, com uma nota que dizia que o belga não pisasse nenhum território português e o consulado no Malawi era território português. E mais: Pollet não podia ter saído de Moçambique, donde tinha sido corrido como um indesejável por Portugal, para entrar no Malawi, como Sérgio Vieira e Joaquim Chissano alegaram. Os dois não conheciam os factos históricos. Como mentirosos, não estavam interessados em fazer pesquisas, mas somente em fazer propaganda para incriminar o missionário.
Mas aquela alegacão cozinhada por Sérgio Vieira em coligação com Joaquim Chissano em 1996 apareceu muitos anos depois de a Frelimo ter responsabilizado a PIDE a seguir a morte de Mondlane em 1969. Os dois queriam justificar porque é que a Frelimo matou o padre Gwenjere visto que Pollet foi o professor de Gwenjere. Foi com o apoio decisivo de Pollet que Gwenjere se tornou padre.
A alegacão foi uma pura mentira que desmascarei em comentários no MPT até que forcei Sérgio Vieira, agora à beira da morte com uma condição degenerativa, a mudar de cantiga para depois dizer que foi a PIDE que levou a encomenda explosiva para Dar Es Salaam.
Sei também que houve alguns escribas em Portugal que escreveram dizendo que os portugueses mataram Mondlane. Mas os factos negam tais alegacões. Portugal não tinha razão para liquidar Mondlane.
No primeiro artigo sobre Mondlane como não sendo o nacionalista como a Frelimo conta, suspeitei que os tanzanianos podiam o ter feito visto que não andavam agradados com Mondlane for terem tido informações de que ele tinha ligações com os portugueses e tinham chegado à conclusão de ele constituía uma ameaça a segurança da Tanzânia, principalmente depois da vez que o Serviço secreto tanzaniano o segui ate em Madrid, onde viram Mondlane a tomar um voo para Lisboa antes dos agentes secretos tanzanianos regressarem para o seu país. Os investigadores tanzanianos não revelaram o conteúdo das suas pesquisas nem o conteúdo das investigações da Interpol a quem proibiram de divulgar o resultado das suas investigações.
Os opositores internos de Mondlane não tinham a capacidade nem a sofisticação de armar um engenho explosivo numa encomenda.
Um outro sector que foi suspeitado de ter dado cabo do Mondlane foi a KGB que tinha Joaquim Chissano como o seu homem da direita na Frelimo sob o pseudónimo de Tzom (Tome ou Tomas) e que considerava Mondlane como um agente dos americanos. Não se pode duvidar que a KGB sabia disto, talvez do Tzom ou dos tanzanianos, embora Nyerere, que criticou a invasão da Checoslováquia em 1968 pelo Pacto de Varsóvia liderado pela Rússia Soviétisa. não gramava a União Soviética, mas era amicíssimo do chines Mao Ze Dong e de Kim-il-Sung da Korea do Norte.
Alguns moçambicanos suspeitaram os americanos como quem o tivessem eliminado depois de descobrirem que o seu agente a quém davam dinheiro não estava a fazer um bom trabalho visto que não tinha impedido que a Frelimo se deslizasse ideologicamente para o comunismo maoista. Os chinesas davam mais armas ligeiras e treino de guerrilha à Frelimo do que a União Soviética e o livreto Citações do Presidente Mao Tse-Tung se tinha tornado em Biblia dos frelimistas
Infelizmente não posso em definitivo apontar o dedo acusador a nenhum dos suspeitados por não ter provas conclusivas contra nenhum deles da maneira como posso dizer que Felipe Magaia, o primeiro comandante da guerrilha, foi abatido por Lourenço Matola num riacho no Niassa oriental na madrugada do dia 16 de Outubro de 1966 a mando de Mondlane, Chissano, Samora Machel e mais alguns no topo daquele tempo como toda agente conhece tais factos e o próprio malogrado Lourenço Matola disse que foi ele que abateu o comandante-chefe "com uma Ppsh de fabrico russo," (Zeca Caliate no MPT).